Diário de São Paulo
Siga-nos

Ministério lançará consulta pública sobre relatório da Conitec

O Ministério da Saúde lançará uma consulta pública sobre o relatório elaborado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde

Ministério lançará consulta pública sobre relatório da Conitec
Ministério lançará consulta pública sobre relatório da Conitec

Redação Publicado em 13/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h45


Documento contém diretrizes para tratamento da covid-19

O Ministério da Saúde lançará uma consulta pública sobre o relatório elaborado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) com as Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19.Ministério lançará consulta pública sobre relatório da ConitecMinistério lançará consulta pública sobre relatório da Conitec

As diretrizes consistem em um conjunto de orientações para os profissionais do sistema de saúde relativos às respostas para lidar com a doença, incluindo medicamentos, tratamentos e protocolos para pacientes que contraíram a doença.

A consulta pode alterar o conjunto de tratamentos que vem sendo chamado de kit-covid, em especial as recomendações de uso de remédios sem comprovação científica, como ivermectina, cloroquina e hidroxicloroquina.

A consulta será aberta na próxima terça-feira (16). O documento está disponível no site da comissão, por onde as contribuições poderão ser enviadas. Os interessados terão dez dias para apresentar avaliações e recomendações ao documento elaborado pela Conitec.

O documento analisa as tecnologias em nove diretrizes para o tratamento ambulatorial de pacientes com a covid-19. Foram avaliadas as tecnologias com maior relevância no contexto nacional: anticoagulantes, azitromicina, anticorpos, monoclonais, budesonida, colchicina, cloroquina e hidroxicloroquina, corticosteroides, sistêmicos, ivermectina, nitazoxanida e plasma convalescente.

O documento tomou como base as análises e evidências sobre as tecnologias elaboradas pela Associação Médica Brasileira, Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Associação Brasileira de Medicina de Emergência, além de guias da Organização Mundial de Saúde e de órgãos de saúde da Europa e da Austrália.

O documento esclarece que poucas terapias medicamentosas se mostraram eficazes no tratamento ambulatorial de pacientes que contraíram a covid-19, com exceção de anticorpos monoclonais.

“Há incertezas sobre o benefício do uso de anticoagulantes, budesonida, colchicina, ivermectina, nitazoxanida e plasma convalescente em pacientes em tratamento ambulatorial, não sendo atualmente indicados no tratamento ambulatorial da covid-19. Por sua vez, azitromicina e hidroxicloroquina não mostraram benefício clínico e, portanto, não devem ser utilizados no tratamento ambulatorial de pacientes com suspeita ou diagnóstico de covid-19”, diz o texto.

Nota

Em nota divulgada nesta semana, a Associação Médica Brasileira defendeu a consulta e a aprovação do documento. “Trata-se de um parecer esse construído com expertise de algumas das principais sociedades de especialidades médicas do Brasil, baseado 100% em evidências científicas”, diz a nota.

O Conselho Federal de Medicina, em nota à Agência Brasil, afirmou que o documento “carecia de uma maior objetividade e clareza”, razão pela qual o representante do conselho na Conitec se manifestou por “encaminhar o texto para consulta pública com o indicativo de não recomendação como apresentado, com vistas ao seu aperfeiçoamento”.

.

.

.

Agencia Brasil

Compartilhe