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CÂNCER

Inca destaca a possibilidade de erradicação do câncer no colo do útero no Brasil

Vacina gratuita pelo SUS pode erradicar tumores malignos

Câncer colo de útero. - Imagem: Freepik
Câncer colo de útero. - Imagem: Freepik

Marina Roveda Publicado em 17/07/2023, às 08h03


No Brasil, o câncer no colo do útero foi responsável por 6.627 mortes em 2020, e as projeções do Ministério da Saúde indicam que cerca de 17 mil mulheres serão diagnosticadas com esse tumor entre 2023 e 2025, causado pelo papilomavírus humano (HPV). O vírus é facilmente transmitido durante as relações sexuais, bastando o contato com a pele infectada para a contaminação.

A ginecologista Charbele Diniz destaca que 70% a 80% da população já teve algum contato com o HPV, porém nem todas as cepas do vírus levam ao desenvolvimento do câncer. Algumas causam apenas verrugas, enquanto outras podem permanecer assintomáticas.

Para combater esse cenário preocupante, a Campanha Julho Verde-Escuro enfatiza a importância dos exames preventivos e do diagnóstico precoce dos cânceres ginecológicos, que afetam os órgãos do aparelho reprodutor feminino, incluindo o colo do útero, o corpo do útero e o ovário.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) destaca que é possível erradicar os tumores malignos no colo do útero no Brasil, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mulheres entre 25 e 35 anos devem realizar exames preventivos, e aquelas diagnosticadas com alterações devem receber tratamento adequado. A vacinação contra o HPV é recomendada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, antes do início da vida sexual.

Desde 2014, o governo disponibiliza a vacina quadrivalente contra o HPV gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Adolescentes entre 9 e 14 anos podem recebê-la na rede pública, assim como pessoas imunossuprimidas com até 45 anos.

Infelizmente, muitos pais ainda não levam seus filhos para se vacinaremdevido a mitos e tabus relacionados ao assunto, como o medo de estimular uma iniciação sexual precoce. No entanto, especialistas, como o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Inca, Gustavo Guitmann, esclarecem que a vacina é segura e essencial para a prevenção do câncer.

A psicóloga Andreia Medeiros, que trabalha com adolescentes, vacinou sua filha de 15 anos, Sofia van Chaijk, contra o HPV. Ela enfatiza a importância de falar sobre o assunto e conscientizar os jovens sobre os benefícios da prevenção. Sofia, por sua vez, agradece à mãe por tê-la vacinado e entende a importância da imunização para evitar as tristes consequências do câncer no colo do útero causado pelo HPV.

A Campanha Julho Verde-Escuro é um chamado à conscientização e prevenção, destacando a necessidade de ações para combater os cânceres ginecológicos e promover a saúde e o bem-estar das mulheres brasileiras.

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