O índice de doações no Brasil está abaixo do nível recomendado pela OMS
Mateus Omena Publicado em 13/06/2023, às 16h33
Na próxima quarta-feira (14) é celebrado mundialmente o Dia do Doador de Sangue, data que tem o propósito conscientizar a população sobre a importância da doação de um simples recurso que pode salvar vidas.
Mesmo assim, existem várias limitações para uma participação mais intensa da população nesse compromisso, muitas delas ligadas à mitos e desinformação sobre a segurança no processo de doação de sangue.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 14 em cada mil habitantes doam sangue de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS), uma taxa de 1,4%. No entanto, o índice está abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 1% a 3%.
Por outro lado, existem momentos do ano, sobretudo no inverno, em que os estoques de sangue ficam em estado crítico, pela queda de doações. Outro problema para a baixa participação da população está associado a dúvidas sobre segurança, pré-requisitos e benefícios da doação ainda afastam as pessoas deste ato de solidariedade.
Ao Diário de S.Paulo, Sandra Sampaio, diretora de estratégia da Roche Diagnóstica, esclarece os mitos que prejudicam a doação de sangue e as verdades que incentivam a ação solidária.
Verdade: "Doar sangue é totalmente seguro"
Segundo a representante da companhia de produtos farmacêuticos e diagnósticos de doenças, não há nenhum risco de contaminação durante a doação de sangue, pois os materiais utilizados são descartáveis e de uso único. Ela afirma também que as soluções e equipamentos disponíveis nos centros de coleta no Brasil são seguros, eficientes e confiáveis.
Mito: "O meu sangue pode ser contaminado depois da doação"
De acordo com Sandra Sampaio, o caminho do sangue, depois do processo de coleta, é totalmente seguro. Nos bancos de sangue há soluções inovadoras que ajudam em todo o processo.
"São soluções integradas e softwares inovadores de triagem de sangue que garantem máxima eficiência, trazendo confiança nos resultados, agilidade, menor necessidade de reteste e perda minimizada de doações, com maior segurança, sem riscos de contaminação, desde quando o sangue chega do doador até o paciente receptor", detalha.
Verdade: "A triagem do sangue pode detectar diversos tipos de doenças"
Depois que a doação é realizada, ocorre a fase de triagem, que garante a máxima segurança para as pessoas que vão receber a transfusão. Podem ser detectadas doenças como AIDS, Sífilis, Doença de Chagas, HTLV I/II, Hepatites B e C. Os testes têm o objetivo de fazer a triagem do sangue e evitar contaminações e não de diagnóstico, portanto, não devem ser interpretados como diagnóstico definitivo.
Mito: "Se eu doei sangue uma vez, precisarei doar sempre"
A representante da Roche Diagnóstica explica que quem faz a primeira doação de sangue não é obrigado necessariamente a realizar mais vezes. Mesmo assim, é um ato de solidariedade importante para se fazer regularmente - lembrando que uma doação pode salvar a vida de até quatro pessoas.
O intervalo mínimo entre doações é de 60 dias para homens e 90 dias para mulheres, sendo que os homens podem doar no máximo 4 vezes em um ano e as mulheres 3 vezes nesse mesmo período. Para pessoas com mais de 60 anos, o intervalo mínimo entre as doações é de 6 meses.
Mito: "Todas as pessoas podem doar sangue"
Os critérios básicos para a doação de sangue são: ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos - menores de 18 anos precisam do consentimento formal do responsável legal; pessoas entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos; apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial; pesar no mínimo 50 kg; ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas. É preciso estar alimentado - evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue e, caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.
"Há ainda algumas restrições e medicamentos que impedem a doação de sangue, por isso, consulte sempre sites oficiais para mais informações", recomenda.
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