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Saúde

Consumo de placenta beneficia a mãe? Especialistas alertam sobre os perigos

A placenta desempenha um papel crucial na ligação entre a mãe e o feto, permitindo a transferência de nutrientes e atuando como uma barreira protetora

Consumo de placenta beneficia a mãe? especialistas alertam sobre os perigos. - Imagem: Reprodução Freepik
Consumo de placenta beneficia a mãe? especialistas alertam sobre os perigos. - Imagem: Reprodução Freepik

Lillia Soares Publicado em 30/10/2023, às 14h54


A influenciadora Fernanda Lacerda, também conhecida como 'mendigata', surpreendeu ao compartilhar um vídeo em uma plataforma de mídia social no qual aparece consumindo sua própria placenta após dar à luz seu filho. No vídeo, ela argumenta que essa prática pode ser benéfica para aumentar os níveis de ferro, combater a anemia e melhorar a produção de leite. 

No entanto, conforme informações do portal g1, é importante ressaltar que não existe respaldo científico para afirmar que ingerir a placenta traz benefícioscomprovados à saúde.

A placenta desempenha um papel crucial na ligação entre a mãee o feto, permitindo a transferência de nutrientes e atuando como uma barreira protetora contra as substâncias excretadas pelo organismo materno.

O ato de consumir partes da placenta, conhecido como placentofagia, tornou-se uma tendência popular e foi adotado por celebridades como as Kardashian e a atriz January Jones. Além de comer a placenta in natura, algumas pessoas optam por transformá-la em cápsulas.

Essa prática se baseia na crença de que pode trazer benefícios à saúde da mãe e do bebê. No entanto, de acordo com especialistas, não há comprovação científica de que isso seja eficaz. Além disso, eles advertem sobre os potenciais riscos de transmissão de doenças.

Uma pesquisa conduzida na Faculdade de Medicina de Northwestern, localizada em Chicago, examinou dez estudos recentes relacionados ao consumo de placenta e concluiu que não há evidências que respaldam a ideia de que o consumo desse órgão proporcione proteção contra a depressão pós-parto, alivie dores, aumente a energia, auxilie na amamentação, melhora a elasticidade da pele, promova o vínculo entre mãe e bebê ou atue como uma fonte de ferro para a mãe.

Especialistas advertem que o perigo é mais acentuado em situações em que as mães possuem hepatite ou HIV, embora outras enfermidades infecciosas também possam ser potencialmente transmitidas.

A ginecologista e obstetra Mariana Lemos Osiro acrescenta que, além da ausência de pesquisas que demonstrem as vantagens, as condições que supostamente seriam "curadas" pelo consumo da placenta já possuem tratamentos disponíveis.

A gente escuta esse argumento de que melhora na anemia, na produção de ferro na gestante, mas não temos qualquer base científica para isso. E já existe tratamento para essas questões", comenta a obstetra.

Outro fator preocupante é que, devido à sua natureza orgânica, a placenta irá deteriorar-se se não for armazenada de maneira apropriada, o que pode aumentar o risco de infecções para a mãe.

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