Diário de São Paulo
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Microbiota fecal

Como funciona o transplante de fezes?

Entenda o que é o tratamento que o Brasil estuda regulamentar

Como funciona o transplante de fezes? - Imagem: reprodução UFMG
Como funciona o transplante de fezes? - Imagem: reprodução UFMG

Vitória Tedeschi Publicado em 14/07/2023, às 15h55


Antes de qualquer coisa, apesar do nome sugestivo, no transplante de fezes não são literalmente fezes que são colocadas no paciente doente.

Na verdade, o também chamado de transplante de microbiota fecal, é um procedimento é simples e tem como objetivo transferir bactérias intestinais de um doador saudável para uma pessoa que está com a flora danificada.

Além disso, o transplante também pode tratar quadros de colite pseudomembranosa, uma inflamação do cólon, região central do intestino grosso, que causa febre, dor abdominal e diarreia.

O primeiro trabalho descrevendo esse procedimento foi feito em 1958, mas, no Brasil, o transplante de fezes aconteceu pela primeira vez apenas em 2013 e, nesta semana, voltou a ser assunto quando surgiram notícias sobre o país começar a estudar a regulamentação do procedimento.

Isso porque, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou à BBC News Brasil que recebeu recentemente um pedido de "enquadramento regulatório" para este tipo de tratamento. "O 'enquadramento regulatório' define qual o caminho de regularização necessário para uma nova tecnologia", informou a agência.

Como funciona o transplante de fezes?

O bolo fecal passa por um procedimento para separar as bactérias "boas", que são os microorganismos presentes no organismo humano que exercem papéis positivos, como ajudar na digestão, fortalecer o sistema imunológico, produzir vitaminas essenciais, competir com bactérias prejudiciais e manter o equilíbrio do microbioma.

Depois, o conteúdo pode ser injetado como pó, após passar por processo de desidratação, ou líquido, a forma mais utilizada, que precisa ser armazenada em um ultrafreezer (-80°C), o que garante a sua viabilidade por cerca de quatro meses.

Em suma, o procedimento é similar à colonoscopia, exame que analisa o intestino grosso. Depois de tomar um remédio contra diarreia e ser sedado, o paciente recebe uma injeção do transplante da amostra fecal no cólon através de um tubo de colonoscopia.

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