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O governador Tarcísio Gomes de Freitas dá aula sobre gestão de crise

Tarcísio de Freitas. - Imagem: Divulgação /  Governo do Estado de São Paulo
Tarcísio de Freitas. - Imagem: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo
Reinaldo Polito

por Reinaldo Polito

Publicado em 26/02/2023, às 08h51


As fortes chuvas e temporais que provocaram tragédias em muitas cidades do litoral de São Paulo nos últimos dias ceifaram vidas e deixaram boa parte da população desabrigada. As emissoras de televisão não pararam de mostrar encostas dos morros vindo abaixo, levando no meio da água e do barro casas e, em certos casos, até seus habitantes.

Uma tristeza. Quem assistia àquelas cenas de horror se perguntava por onde começar para amenizar a dor dos moradores e turistas vitimados pelo desastre. As famílias estavam ilhadas, sem comunicação e com as vias obstruídas para se locomover. Em algumas localidades, como os mercados também foram atingidos, não havia como resolver o problema da alimentação. Um caos. Situação desesperadora.

Foi nesse momento em que quase todos se sentiam impotentes, sem saber o que fazer, que surgiu a liderança do governador de São Paulo. Com atitudes e um pronunciamento que foi aplaudido até por seus adversários políticos, Tarcísio mostrou toda sua competência para uma gestão de crise. Sem dar a mínima indicação de que agia com intenções políticas, ele se comportou como um verdadeiro gestor deve se comportar nessas circunstâncias.

Aceitou de braços abertos a ajuda do governo federal e a presença do presidente Lula no mesmo palanque. Em pronunciamento de dez minutos demonstrou que sua presença no litoral não era apenas a de um observador para cumprir obrigações protocolares, mas sim que estava à frente de todas as ações adotadas para resolver o problema.

Sua primeira decisão acertada foi a de transferir temporariamente o seu gabinete para o município de São Sebastião. Assim, poderia acompanhar de perto as ações desenvolvidas por todos os envolvidos nas mais diferentes operações. Estava dessa maneira dando prioridade ao que havia de mais importante naquele momento dentro do Estado de São Paulo.

Em seu pronunciamento, cobriu rigorosamente todos os pontos necessários e fundamentais. Dizem que Tarcísio é apenas um técnico, deixando nas entrelinhas que ele não possui experiência nem traquejo político. Só o fato de ter vencido as eleições ao governo, entretanto, já demonstra que esse carimbo que tentam colocar em seu perfil não tem fundamento.

Logo no início de seu pronunciamento, provou sua grande habilidade política. Sabendo que alguns poderiam ficar incomodados ao vê-lo junto com Lulano mesmo palanque, já em suas primeiras palavras procurou neutralizar as possíveis críticas. Agradeceu a presença do presidente e da comitiva de ministros, pois essa iniciativa dava amparo e conforto naquela situação delicada. E explicou que era preciso trabalhar naquele momento em regime de cooperação do governo federal, do governo estadual e dos municípios. Ou seja, para ajudar os necessitados, ninguém poderia ficar de fora.

Em seguida fez um relato completo dos acontecimentos e das iniciativas tomadas. Esclareceu na introdução da fala que o governo do estado havia decretado situação de calamidade pública para possibilitar a rápida liberação de recursos. Por isso, haviam disponibilizado já 7 milhões para as necessidades mais imediatas. Observe que em nenhum momento afirmou que “ele” havia agido, mas sim “o governo do estado”. Sempre dando ideia de trabalho em equipe.

Na sequência, com dados precisos, deu provas de que sabia exatamente o que dizia. Sem divagar, de forma objetiva, mencionou que, para fazer frente aos planos estabelecidos para solucionar os problemas, contavam com efetivo de mais de 600 pessoas. Que havia o envolvimento do exército, de militares do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar. Mais de 50 viaturas. Oito helicópteros Águia. Duas aeronaves do exército e mais 4 chegando. Por isso conseguiram se dirigir aos pontos mais afetados em Juquehy e Barra do Sahy.

E assim, foi revelando o número de pontos com bloqueio, o nome de cada uma das estradas atingidas e as operações para permitir que a populaçãopudesse se locomover mais rapidamente. Tudo de improviso, sem nenhuma anotação. Assim que concluiu seu pronunciamento, os comentaristas de emissoras de rádio e televisão passaram a elogiá-lo.

Ninguém poderia ter se comportado de maneira mais adequada que o governador de São Paulo. Com certeza, ainda que esteja efetivamente preocupado com o bem estar da população e verdadeiramente interessado em solucionar o mais rapidamente possível os danos da tragédia, marcou um tento político excepcional. Era o gestor e o político certo no momento e no lugar apropriado. Diante de tantas notícias ruins, esse é um bom alento para ser aplaudido e admirado.

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