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Secretária do MS pede ao STF para garantir que ela não sofra constrangimentos na CPI da Covid

A secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro pediu nesta quinta-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que ela não seja submetida a

Secretária do MS pede ao STF para garantir que ela não sofra constrangimentos na CPI da Covid
Secretária do MS pede ao STF para garantir que ela não sofra constrangimentos na CPI da Covid

Redação Publicado em 21/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h28


A secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro pediu nesta quinta-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que ela não seja submetida a “constrangimentos físicos ou morais”, como ameaça de prisão ou de processos, durante seu depoimento, previsto para a próxima terça-feira (25) na CPI da Covid.

Nesta terça-feira (18) o ministro do STF Ricardo Lewandowski negou o pedido da secretária para, durante o depoimento, eventualmente deixar de responder a perguntas caso elas levassem a produzir provas contra si. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello também pediu o direito ao silêncio e de ficar imune a algumas medidas, entre elas a prisão, o que foi concedido por Lewandowski.

Os advogados de Mayra Pinheiro voltaram a acionar a Corte pedindo que seja estendida a ela parte da decisão do ministro Ricardo Lewandowski em relação ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Ao conceder o habeas corpus a Pazuello, o ministro estabeleceu que, enquanto estivesse exercendo seus direitos durante o depoimento da CPI, Pazuello não poderia ser constrangido com ameaças de prisão por falso testemunhou ou de instauração de processos.

O novo pedido da secretária está sob a relatoria de Lewandowski. Na decisão da última terça (18), o ministro afirmou que Mayra Pinheiro “não demonstrou, de forma concreta e documentada, como lhe competia, que corre algum risco de se autoincriminar ou de ser presa em razão de falso testemunho por ocasião de seu depoimento perante a CPI da Covid -19”.

Além disso, pontuou que “o fato de a paciente não responder a qualquer procedimento criminal, ou mesmo administrativo, quanto aos assuntos investigados pela CPI, retira qualquer credibilidade ao receio por ela manifestado de que possa sofrer consequências adversas ao responder a determinadas perguntas dos parlamentares”.

Agora, os advogados sustentam que há fatos novos aptos a promover uma revisão da decisão. Citaram uma entrevista do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), em que ele teria se referido de “forma depreciativa, pejorativa e ofensiva à dignidade” da secretária ao chamá-la de “capitã cloroquina”.

“A desqualificação da testemunha, antes mesmo de ouvi-la, atesta a sua inequívoca predisposição de colocá-la como indiciada e tratá-la como tal durante a sua oitiva”, argumentam.

Relatam ainda que, assim como o ex-ministro da Saúde, a secretária também responde à ação de improbidade administrativa promovida pelo Ministério Público Federal na Justiça do Amazonas. Sendo assim, entende a defesa, para garantir a isonomia, Pinheiro também deveria ter direito a não sofrer constrangimentos.

“A situação, como se vê, da Paciente/Impetrante é a mesma do ex-Ministro que, embora com todas as garantias asseguradas na liminar de V. Exa., no referido HC, foi chamado de mentiroso e desacatado por diversos integrantes da referida Comissão parlamentar durante o seu depoimento”, afirmam.

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G1

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