Preso por crime eleitoral, o pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) Fernando Chiarelli (PT do B) contou que fez fotos e selfies dentro da carceragem da Polícia Federal, antes de ser conduzido para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Chiarelli passou a noite no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão. O advogado Alexandre Souza disse que entrará com pedido de habeas corpus para que o pré-candidato possa aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.
Procurado, o delegado Guilherme Biagi disse que soube do caso ao final do expediente, quando já havia deixado a sede da PF, e se pronunciará nesta quarta-feira (3). “Estou sabendo pela imprensa, então não é o momento de confirmar ou negar nada”, disse.
(Foto: Reprodução/EPTV)
Prisão
Professor, ex-vereador e ex-deputado federal, Chiarelli foi condenado a um ano e oito meses de prisão, em regime semiaberto, por proferir ofensas à atual prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD), durante a campanha eleitoral de 2012, quando ambos eram candidatos ao Executivo.
Ele foi preso pela PF na manhã de terça-feira (2), na Câmara Municipal, no momento em que chegava à convenção do partido que oficializou a indicação de sua candidatura à Prefeitura de Ribeirão nas eleições de 2016.
“Vocês são testemunhas oculares da inversão de valores nesse país, onde homens de bem estão indo para a cadeia e aqueles que saqueiam o país, que fazem o povo sofrer, que fazem o povo chorar, que humilham o povo, estão aí batendo palma e dando risada”, afirmou.
Antes de ser levado para exame de corpo de delito, Chiarelli passou algumas horas na sede da PF, onde disse ter pedido a um agente para fotografá-lo dentro de uma cela. Horas depois, a imagem já circulava nas redes sociais.
“Está rodando uma foto minha dentro do xadrez, um agente bateu, mas não posso falar que fui eu [que pedi]”, disse Chiarelli, afirmando desconhecer as acusações contra a prefeita, ao ser questionado por um jornalista. “Não a conheço. Só conheço pessoas de bem”, completou.
(Foto: Reprodução/EPTV)
Entenda o caso
A sentença condenatória foi proferida pelo juiz da 322ª Zona Eleitoral, Luís Augusto Freire Teotônio, em 29 de outubro do ano passado. O magistrado considerou que Chiarelli cometeu injúria, calúnia e difamação contra Dárcy Vera, durante as eleições municipais de 2012.
A defesa recorreu da decisão e, em maio desse ano, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) absolveu Chiarelli do crime de difamação, mas manteve a condenação por injúria e calúnia, determinando então o cumprimento da pena.
Diante da sentença em segunda instância, o chefe substituto da 322ª Zona Eleitoral, Ricardo Barreto, afirmou que o pré-candidato já é considerado inelegível, conforme determina a “Lei da Ficha Limpa”, apesar de ter o direito de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).