As mais recentes baixas na equipe econômica, como as na Petrobras e no Banco do Brasil, fragilizaram ainda mais a situação do ministro da Economia, Paulo
Redação Publicado em 05/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h49
As mais recentes baixas na equipe econômica, como as na Petrobras e no Banco do Brasil, fragilizaram ainda mais a situação do ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro do governo Bolsonaro.
Agora, o principal desgaste vem do próprio Congresso, com impasse sobre o Orçamento de 2021. Para Guedes, a aprovação de previsões de gastos e despesas da proposta podem levar o presidente a cometer crime de responsabilidade fiscal, caso não haja vetos.
Guedes entrou em rota de colisão com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que já avisou ao Planalto que o ministro quer criar um clima de terrorismo, e que não há risco de impeachment por conta do orçamento.
Lira, nos bastidores, tem repetido a interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que recebe pedido de impeachment todos os dias, sendo que em um só dia recebeu cerca de 30 pedidos. E, para Lira, querer misturar o tema com a questão do Orçamento é “confusão”. Até a semana passada, havia cerca de 90 pedidos de impeachment contra Bolsonaro na Câmara.
A discussão sobre a peça orçamentária tomou o final de semana do governo e estava prevista para ser retomada nesta segunda-feira (5).
Entre assessores presidenciais, fontes aproveitaram para avaliar a situação de Guedes diante dos novos lances envolvendo a equipe econômica. Acham que, embora insatisfeito, Guedes apenas blefa quando sinaliza que pode deixar o governo. E, do lado do presidente, não há intenção de tirá-lo.
Nas palavras de um ministro presidencial, no entanto, mesmo Guedes ficando, “é ficar mas não ficar com a força que achou que tinha”.
Para alguns parlamentares ouvidos, chama atenção também a disputa de Guedes, nos bastidores, com Rogerio Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional que é da ala pró-gastos do governo. Guedes é contra, diz que a conta não fecha, mas o Planalto considera a atuação de Marinho fundamental para pavimentar o caminho para a reeleição de Bolsonaro em 2022.
Aliados do presidente no Congresso, que não acreditam na saída de Guedes por vontade própria, têm dito ao governo que ele está fragilizado nas negociações, e defendem que o ministério da Economia seja fatiado para “otimizar as pautas”, com a recriação do Ministério do Planejamento.
A ideia não é nova: o Planalto já ventilou a possibilidade no ano passado, mas não houve desdobramento.
Guedes já se opôs à ideia no passado, pois isso significaria esvaziar as suas funções. Mas, segundo fontes do Planalto, parlamentares do Centrão estão em outra posição de força junto ao governo. A ideia do bloco, que conta com apoio de ministros de Bolsonaro, é trabalhar para que o projeto saia do papel e ganhe força novamente.
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