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Racismo

Racismo: imitação de macaco leva mulher a pagar multa de R$ 1.500 em SP

A sentença de prisão foi substituída por uma indenização à vítima

Racismo: Imitação de macaco leva mulher a pagar multa de R$ 1.500 em SP - Imagem: Reprodução Freepik
Racismo: Imitação de macaco leva mulher a pagar multa de R$ 1.500 em SP - Imagem: Reprodução Freepik

Lillia Soares Publicado em 21/09/2023, às 14h29


No dia 29 de junho de 2022, Luiz, (nome é fictício para preservar a identidade da vítima), um homem negro de 52 anos, encontrava-se em uma escada rolante do Shopping Center 3, localizado na movimentada Avenida Paulista, em São Paulo.

Foi nesse momento que ele se deparou com uma situação desagradável: uma mulher de 35 anos chamada Aline dos Santos, de pele branca, começou a proferir sons imitando um macaco, dirigidos a ele.

Diante desse ato claramente racista, Aline dos Santos tentou, posteriormente, fazer um pedido de desculpas e fugir do local, mas sua tentativa foi frustrada quando os seguranças do shopping a detiveram. As autoridades policiais foram prontamente acionadas e Aline foi conduzida pela Polícia Militar até a delegacia localizada nos Jardins.

"Um caso desse não tem desculpa. Não é assim, 'tá desculpado' e pode ir embora. Foi muito constrangedor", afirmou a vítima.

Segundo o UOL, durante seu depoimento, Aline, que possui um histórico de condenação por furto, admitiu sua culpa no incidente e expressou profundo pesar pelo que havia feito. Ela afirmou estar arrependida pelo ato cometido. "Nunca havia cometido qualquer atitude parecida" e que "jamais voltaria a cometer”. 

Em relação ao ocorrido no dia 5 de setembro, Aline recebeu uma sentença que consistia em um ano e dois meses de prisão em regime aberto. No entanto, essa punição foi substituída por um pagamento de R$1.500, dividido em três parcelas, direcionado à vítima do crime.

A juíza Carla Ferrari, ao proferir a sentença, justificou a substituição da pena com base no fato de Aline ter confessado o delito e demonstrado genuíno arrependimento.

Surpreendentemente, o Ministério Público, que anteriormente ao apresentar a denúncia havia destacado o "profundo desprezo pela população negra" evidenciado na atitude de Aline, anunciou durante a audiência que não apelaria contra a sentença.

Além disso, Aline declarou que não tinha a intenção de entrar com recurso.

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