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Prevent Senior: Polícia Civil de SP troca delegado responsável pelo caso e unifica inquéritos

O inquérito policial do caso Prevent Senior em andamento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) teve uma mudança na chefia das investigações

Prevent Senior: Polícia Civil de SP troca delegado responsável pelo caso e unifica inquéritos
Prevent Senior: Polícia Civil de SP troca delegado responsável pelo caso e unifica inquéritos

Redação Publicado em 25/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h38


O inquérito policial do caso Prevent Senior em andamento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) teve uma mudança na chefia das investigações e agora será conduzido pelo delegado Laercio Ceneviva, recém-empossado como titular da 1ª Delegacia de Repressão de Crimes contra a Liberdade Pessoal. Até então, o delegado Rafael Cocito ocupava interinamente o cargo.

A Polícia Civil investiga dirigentes e médicos da operadora pela distribuição do “kit Covid” a pacientes. Em outras oportunidades, dirigentes da Prevent disseram à imprensa que seus médicos têm autonomia para prescrever o tratamento aos pacientes, mas médicos ouvidos pela GloboNews alegam que, na verdade, eles eram obrigados pela empresa a entregar o kit composto por medicamentos cientificamente comprovados como ineficazes para o combate à doença.

Os delegados já ouviram, com promotores, o diretor da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, no DHPP. O dirigente, que é médico, negou que a operadora de planos de saúde tenha cometido irregularidades no tratamento de pacientes com Covid.

GloboNews apurou que novas diligências devem ser requisitadas para as próximas semanas, assim como o agendamento de depoimentos de médicos que denunciaram a operadora – como os que fizeram um dossiê para denunciar à CPI da Covid no Senado as supostas irregularidades cometidas pela empresa-, além de dirigentes da empresa, pacientes e familiares de pacientes.

Outra mudança nas investigações da Polícia Civil envolvem o inquérito que apura se a Prevent Senior cometeu crime de falsidade ideológica, mais especificamente, por não mencionar a Covid nas certidões de óbitos do médico pediatra Anthony Wong e da mãe do empresário Luciano Hang, Regina Hang, e de outras três pessoas. O prontuários dos pacientes e os atestados já foram entregues à polícia e ao Ministério Público (MP).

Até então, a investigação era conduzida pelo 77º Distrito Policial (DP), na Santa Cecília, no Centro da capital paulista, mas, por uma decisão da Polícia Civil, será unificado ao outro inquérito já em andamento no DHPP.

A pedido do Ministério Público estadual, este inquérito já havia sido anexado à investigação em curso no DHPP. A partir de agora, no entanto, será conduzida integralmente pelo delegado Laercio Ceneviva Filho

A força-tarefa do MP-SP e o DHPP investigam a Prevent Senior por suspeita de que seus diretores e médicos possam ter cometido:

  • Homicídio: por dar a pacientes com coronavírus o chamado “kit Covid”, com medicamentos ineficazes na prevenção e no combate à doença. Alguns dos pacientes morreram após o uso desses remédios;
  • Falsidade ideológica: por adulterar certidões de óbito de pacientes, deixando de informar que as mortes deles foram decorrentes do coronavírus;
  • Omissão de notificação de doença obrigatória às autoridades: omitir nos registros médicos que se tratavam de pacientes infectados com o vírus.
Os promotores Maria Fernanda de Castro Marques Maia, Éverton Zanella e Nelson dos Santos Pereira Júnior, da força-tarefa do MP que investiga a Prevent Senior, durante coletiva — Foto: Reprodução/TV Globo
Os promotores Maria Fernanda de Castro Marques Maia, Éverton Zanella e Nelson dos Santos Pereira Júnior, da força-tarefa do MP que investiga a Prevent Senior, durante coletiva — Foto: Reprodução/TV Globo

Força-tarefa quer ouvir 50 pessoas

Em paralelo à investigação da Polícia Civil, a força-tarefa do Ministério Público de São Paulo pretende ouvir aproximadamente 50 pessoas até dezembro deste ano no inquérito que apura irregularidades cometidas pela Prevent Senior contra pacientes que tiveram problemas de saúde ou morreram após usarem o “kit Covid”.

O grupo de trabalho do MP foi criado em setembro para investigar diretores e médicos da operadora de planos de saúde suspeitos de terem cometido ao menos três crimes contra as vítimas: homicídio, falsidade ideológica e omissão de notificação de doença obrigatória às autoridades.

Entre os remédios que fazem parte do “kit Covid” estão a hidroxicloroquina, a cloroquina, a ivermectina e a flutamida. Eles foram dados pela empresa para pacientes com coronavírus que procuraram seus hospitais e até àqueles que passaram por teleconsultas e relataram ter os sintomas da doença.

O MP e a Polícia Civil analisam ainda prontuários médicos dos pacientes que morreram, conversas, exames, receitas médicas, além de documentos repassados pela CPI da Covid e também pela operadora. Peritos médicos da própria Promotoria vão ajudar na análise técnica dos documentos.

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G1

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