Depois de duas semanas sem se pronunciar sobre as investigações da Polícia Federal de denúncia de compra de votos e gasto excessivo na campanha, o presidente da Câmara de São José do Rio Preto (SP), o vereador Fábio Marcondes (PR), falou sobre as investigações eleitorais das quais é alvo. Ele falou durante a sessão desta terça-feira (1º), a primeira depois de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão no gabinete e na casa do vereador.
Fábio Marcondes publicou em redes sociais falando que ele é inocente, que não comprou votos e que todos os gastos de campanha foram corretamente registrados na Justiça Eleitoral. Depois que o inquérito da Polícia Federal for concluído, ele segue para o Ministério Público.
Na quinta-feira (27), delegados e agentes federais aprenderam computadores e documentos no gabinete do presidente da Câmara. Aliás, a casa do vereador também foi alvo de apreensões. A investigação apura denúncias de compra de votos, na última eleição, e gasto excessivo de Fábio Marcondes em campanha.
Desde então, Fábio Marcondes não aparecia na Câmara e também não deu explicações públicas sobre as investigações. Só que o presidente da Câmara deixou o plenário antes da sessão terminar, antes até de entrarem em votação os projetos do dia. Fábio Marcondes saiu e deixou o posto com vice-presidente, Márcio Larranhaga (PSC).
Pauta do dia
O principal assunto do dia foi a Comissão Especial de Inquérito que investigou negócios entre o depósito de construção do vereador Carlão do JC (SD), na região norte, e a Emcop – Empresa Municipal de Construções Populares. Durante a leitura do relatório final, o relator da comissão pediu a cassação do colega. “Se a lei é desproporcional, ela precisa ser modificada. Mas enquanto tiver em vigor tem de ser aplicada, por isso propus a perda do mandato do vereador Carlão”, afirma o vereador Renato Pupo (PSD), relator da CEI.
O presidente da CEI, Marco Rillo (PT), e o membro, Márcio Larranhaga, não concordaram com a conclusão do relator e propuseram um relatório a parte, que isentava o Carlão do JC de qualquer punição. “Ele tem um gerente que dá orçamento, se alguém procurou e comprou no estabelecimento dele, ele nem sabe quem foi. Então não existe prova que liga o Carlão com má fé ou dolo para vender para o município”, diz Rillo.
Carlão do JC se defendeu, dizendo que não sabia que era ilegal no município vereadores fazerem qualquer tipo de negócio com a prefeitura – mesmo vendas abertas, que não precisam de licitação. “Das 170 cotações, vendi 70 cotações para eles com menor preço. Tenho funcionários, os funcionários que venderem, eu quase não paro na loja, e foi aí que ocorreu todo esse fato”, afirma. Com a maioria dos votos, o segundo relatório acabou sendo aprovado e a comissão, que durou quase seis meses, foi arquivada.