No mesmo local, também foram encontrados porcos em baias apertadas e duas calopsitas sem acesso adequado a água ou alimentação
William Oliveira Publicado em 22/10/2024, às 11h22
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), através da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA), conduziu a Operação Sião no Núcleo Rural Ponte Alta do Gama, em resposta a denúncias de maus-tratos a animais. A ação, realizada na última segunda-feira (21), contou com a colaboração de agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Durante a operação, foram encontrados nove cães em estado de subnutrição, sendo que alguns estavam confinados em baias, enquanto outros se alimentavam apenas das frutas caídas no solo da propriedade.
Entre os resgatados estavam cães das raças golden retriever e bulldog francês, que apresentavam visíveis sinais de debilidade, conforme relatou a PCDF. No mesmo local, também foram encontrados porcos em baias apertadas e duas calopsitas sem acesso adequado a água ou alimentação.
As condições observadas pelas autoridades evidenciaram o cenário de maus-tratos. Os cães mostraram comportamento desesperado ao serem alimentados pelas equipes, confirmando seu estado de fome severa. Uma cadela idosa foi encontrada trancada em um ambiente escuro, sem comida ou água, e outros cães apresentavam fezes contendo sementes de jaca, indicativo da alimentação inadequada.
Durante a inspeção, o caseiro da propriedade foi detido em flagrante por maus-tratos. A proprietária do local será indiciada pelo mesmo crime com base nas provas obtidas pela operação. Os cães e as calopsitas foram resgatados e levados para locais apropriados, onde receberão os cuidados necessários.
Venda e procriação
Este caso chamou a atenção da PCDF para a prática abusiva de criação de animais para procriação e venda dos filhotes, frequentemente realizada via internet ou em feiras informais. Cães de raça, como os encontrados, são muitas vezes mantidos em condições insalubres, com foco exclusivo no lucro dos criadores, negligenciando o bem-estar animal.
A DRCA destaca que essa prática não só configura crime, mas também representa uma forma cruel de exploração, causando sofrimento aos animais e agravando os casos de maus-tratos.
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