Os crimes eram cometidos pelo padrasto dos menores e a mãe sabia de tudo
Nathalia Jesus Publicado em 25/05/2023, às 09h41
Uma pastora, que não teve o seu nome divulgado, foi presa acusada de tentar atrapalhar e intervir em um caso de maus tratos e estupro de vulnerável. A vítima, de 17 anos, era estuprada desde 5 pelo padrasto.
A mulher foi detida na última terça-feira (23), em Sorriso, município do Mato Grosso.
A mulher teria ocultado da Polícia Civil a informação sobre o paradeiro da menor, dos irmãos e da mãe, que é suspeita de estar ciente de toda a violência contra os filhos durante o período do seu relacionamento.
O crime era cometido pelo padrasto da vítima, um operador de máquinas, de 36 anos, que foi preso no último sábado (20).
De acordo com a polícia, a família fugiu para Lucas do Rio Verde e uma das pessoas que acolheu os membros afirmou não saber dos crimes cometidos contra a adolescente.
Na manhã da terça-feira (23), a testemunha disse que passou as informações para a pastora, que por sua vez se recusou a contar para a polícia onde a menina estava.
Inicialmente, o Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual, junto com o Conselho Tutelar, foram até o Distrito de Primaverinha para averiguar uma situação de maus-tratos contra cinco crianças, irmãos da vítima de 17 anos.
Segundo a Polícia Civil, não havia ninguém na residência da família, mas a casa apresentava sinais claros de abandono, além de péssimas condições de higiene pessoal, que condizem com abandono de incapaz.
Os investigadores olharam pela janela que estava aberta e chegaram a ver larvas no chão da casa, segundo informações do portal MidiaNews.
Vizinhos disseram ter visto um carro preto passando na noite anterior e levando a mãe e as crianças. Foi aí que a Polícia descobriu que a pastora do distrito teria informações a respeito do paradeiro da família.
A pastora se recusou a passar informações sobre o paradeiro da família e disse que "não sabia de nada e que sumiço da mãe e dos filhos deveria realmente ser apurado". No entanto, no momento em que fez a afirmação, ela já sabia sobre onde estava a família.
A delegada Jéssica Assis, responsável pelo inquérito, afirmou que ficou claro para Polícia Civil que a pastora auxiliou na ocultação mãe da vítima, que era ciente dos abusos cometido pelo marido, assim como mentiu aos agentes públicos sobre o paradeiro da família.
A líder religiosa foi encaminhada à Delegacia de Sorriso e autuada em flagrante pelos crimes de favorecimento pessoal (art. 348, Código Penal) e embaraçamento da atividade do Conselho Tutelar (art. 236, Estatuto da Criança e do Adolescente).
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