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Crime

Pai e filho conseguem soltura, após serem presos injustamente em SP; entenda o caso

Os dois ficaram detidos por 8 dias na penitenciária de Sumaré

Clóvis Costa e Walisson celebram a liberdade após deixarem penitenciária - Imagem: Reprodução/TV Globo
Clóvis Costa e Walisson celebram a liberdade após deixarem penitenciária - Imagem: Reprodução/TV Globo

Redação Publicado em 18/08/2022, às 11h12


Um pai e seu filho foram soltos na última quarta-feira (17) após ficaram presos por 8 dias como suspeitos de um crime que não cometeram. Os dois foram apontados pela polícia como participantes de um assalto em um condomínio de luxo em Americana, no interior de São Paulo.

Clóvis Costa, 51, e Walisson, 21, ficaram detidos na penitenciária de Sumaré. Após a polícia provar que os dois eram inocentes, eles recuperaram a liberdade e se reencontraram com a família no lado de fora do presídio.

Em entrevista à TV Globo, o jovem declarou que ele e o pai nunca tiveram participação no crime. “Não tínhamos nada a ver com isso e o pesadelo está terminando”, disse em tom de alívio.

Em 30 de julho, um grupo de criminosos armados, formado por uma mulher e dois homens, invadiu uma residência em Americana para roubar itens de valor. A moradora estava no local na hora da ação e foi rendida pelos bandidos. Eles levaram mais de R$ 200 mil em joias e outros bens, segundo a polícia.

Por outro lado, Clóvis e Walisson tinham entrado no mesmo condomínio dias antes do roubo para fazer a entrega de uma encomenda para um morador. Durante as investigações, a vítima do assalto fez um teste de reconhecimento facial e apontou para eles como os dois homens que a roubaram.

O pai e o filho se tornaram os principais suspeitos. Em seguida, foi decretada a prisão temporária de Clóvis e Walisson.

A família ficou indignada com a abordagem policial e a maneira como as investigações foram conduzidas, já que os dois foram presos sem a apresentação de provas concretas para a acusação. Apesar disso, os parentes não desistiram e continuaram buscando provas para confirmar que Clóvis e Walisson eram inocentes.

A esposa Solange Nunes da Costa nunca se conformou com a situação do marido e do filho, e classificou o processo como injusto.

“Primeiro eles prendem e depois eles querem as provas? Que Justiça, que país é esse que a gente está vivendo?”, criticou.

O caso também repercutiu entre muitos moradores de Americana, que não apenas declararam se comoveram com o drama familiar, como também participaram de protestos em frente à penitenciária de Sumaré para exigir a soltura do pai e do filho.

No entanto, os investigadores descobriram que Clóvis foi submetido a um exame de coração no momento em que o trio de criminosos invadiu a mansão. A informação foi confirmada por um documento da Secretaria Municipal de Saúde. Solange também compartilhou nas redes uma foto do documento como prova de que o marido não estava na
cena do crime.

Já Walisson alegou que estava trabalhando no momento do assalto, o que também foi comprovado posteriormente, por meio de depoimentos de testemunhas à Polícia Civil e outros registros que confirmaram a versão do filho sobre seu paradeiro.

Depois de analisar todas essas informações, o delegado responsável pelo caso solicitou à Justiça a revogação imediata da prisão temporária. A investigação continua, pois a polícia não identificou os verdadeiros criminosos. Mesmo assim, pai e filho tiveram a inocência oficializada e estão em liberdade.

Assim que deixaram a penitenciária, foram recebidos na rua por Solange, com beijos e abraços. Alguns civis também compareceram e aplaudiram a vitória do pai e do filho.

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