Testemunhas disseram que um dos acusados simulava estar armado
Nathalia Jesus Publicado em 16/07/2023, às 16h27
Na madrugada deste domingo (16), um homem e a filha foram presos em flagrante após agredirem uma médica exigindo atendimento, fazendo com que um paciente que estava em estado grave viesse a óbito na sala vermelha da unidade de saúde do Irajá, no Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, André Luiz do Nascimento Soares chegou ao Hospital Municipal Francisco da Silva Telles com um ferimento sem nenhuma gravidade. Ele estava acompanhado da filha Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23 anos.
Ao entrarem na unidade de saúde, funcionários pediram que eles aguardassem, pois haviam outros pacientes em estado mais grave para serem atendidos.
Insatisfeitos com a demora, pai e filha teriam começado a quebrar a unidade de saúde, agrediram a médica que estava de plantão - que teve corte na parte interna da boca e precisou receber cinco pontos -, e invadiram a sala vermelha da unidade, onde ficam os pacientes em estado grave.
Algumas testemunhas também mecionaram que André ficava com as mãos para trás, fazendo menção ao fato de que supostamente estaria portando uma arma, segundo informações do g1.
A situação causou um caos no hospital, levando até um paciente com infarto agudo do miocárdio a sair da sala de atendimento com a coluna de soro para se esconder no banheiro.
Uma paciente em estado grave, que estava sendo monitorada pela equipe médica, acabou ficando sem acompanhamento por conta de toda a movimentação no hospital e da destruição no ambiente. Quando os médicos conseguiram voltar para verificar o seu estado de saúde, ela já estava morta.
Pai e filha estão presos por homicídio doloso com dolo eventual da paciente que foi a óbito, e também podem responder por dano ao patrimônio público e desacato. André também vai responder por lesão corporal.
Cláudio Rodrigues, advogado de defesa de pai e filha, alegou que houve uma confusão generalizada no hospital, e que não se sabe a origem da briga.
Ele disse ainda que uma das rés também está machucada, com hematomas pelo corpo, e que há um atendimento precário na unidade, com apenas uma médica e pouquíssimas enfermeiras.
"Inicialmente a defesa entende, com a máxima vênia, que acusar os réus de homicídio de um paciente que já estava internado naquela unidade, possivelmente com um quadro clínico ruim, é forçoso demais. Réus esses que também estavam naquela unidade desesperados por um atendimento que não alcança", afirmou o advogado.
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