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Luto

Morre mulher Yanomami fotografada em estado grave de desnutrição; imagem é forte

Ela havia sido fotografada em dezembro do ano passado

Morre mulher Yanomami fotografada em estado grave de desnutrição; imagem é forte - Imagem: reprodução Instagram
Morre mulher Yanomami fotografada em estado grave de desnutrição; imagem é forte - Imagem: reprodução Instagram

Vitória Tedeschi Publicado em 22/01/2023, às 21h39


Morreu a mulher Yanomami fotografada em estado grave de desnutrição, com costelas aparentes e corpo debilitado, em cima de uma balança. A morte dela foi divulgada neste domingo (22) pela associação Urihi.

Ela tinha 65 anos e era da comunidade Kataroa, onde há forte presença de garimpeiros ilegais e casos de dezenas de crianças doentes, e sua imagem havia sido publicada em dezembro do ano passado para alertar sobre a situação de desnutrição do povo.

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Mulher havia sido fotografada em dezembro do ano passado, mas morreu esta semana / Imagem: reprodução g1 (autorizado pela Urihi a republicar a fotografia)

"Estamos vivenciando uma crise humanitária, e sabemos que o governo se mobilizou buscando ações que ofereçam todo o suporte que a população necessita neste momento. É um momento triste, mas continuamos com toda força para que o povo Yanomami tenha sua dignidade de volta", afirmou a associação ao dar a notícia triste.

Ministério da Saúde decreta emergência em saúde pública

Na última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde declarou, por meio de uma portaria, emergência em saúde pública de importância nacional na Terra Indígena Yanomami em Roraima. A medida ocorre em razão dos graves casos de desnutrição e de malária que atingem a comunidade que vive na região.

No último sábado (21), inclusive, o presidente Lula (PT) visitou em Boa Vista, Roraima, uma aldeia Yanomami para acompanhar os trabalhos dos ministérios dos Povos Indígenas e da Saúde que vão oferecer suporte aos indígenas vítimas de desnutrição.

Lula também decretou a criação do Comitê de Coordenação Nacional, para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população. De acordo com o g1, o plano de ação deve ser apresentado no prazo de 45 dias, e o comitê trabalhará por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.

Ainda segundo o g1, sados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), dão conta de que, ainda em 2021, 56,5% das crianças acompanhadas pelo governo no território Yanomami apresentaram quadro de desnutrição aguda – quando o peso é considerado baixo ou baixíssimo para a idade.

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