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Crime em festa

Justiça toma decisão sobre bolsonarista que matou a tiros tesoureiro do PT

O anúncio foi feito em coletiva do MP na manhã desta segunda-feira

Marcelo Arruda atuava como tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR) - Imagem: reprodução Twitter @gleisi
Marcelo Arruda atuava como tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR) - Imagem: reprodução Twitter @gleisi

Mateus Omena Publicado em 11/07/2022, às 15h39


A Justiça decretou a prisão preventiva do apoiador de Bolsonaro suspeito de assassinar o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Paraná. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa do Ministério Público do Paraná (MP-PR) nesta segunda-feira (11).

O episódio aconteceu na madrugada de domingo (10), quando o policial penal federal Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Aloizio de Arruda, 50, e disparou vários tiros contra ele.

Estima-se que o crime foi motivado por divergências políticas, principalmente porque o tema da celebração foi inspirado no Partido dos Trabalhadores (PT) e no ex-presidente Lula, apoiado pelo aniversariante. Enquanto que o suspeito é defensor do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ataque foi registrado por uma câmera de segurança externa. As imagens mostram o momento em que Guaranho discute com o tesoureiro do PT. Em seguida, o apoiador de Bolsonaro saca uma arma e atira contra o aniversariante.

De acordo com o promotor de Justiça Tiago Lisboa Mendonça, as investigações serão coordenadas com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No entanto, o promotor afirmou que ainda existem alguns elementos cruciais do caso que precisam ser apurados.

"Vários pontos precisam ser esclarecidos. ‘Qual razão ele esteve no local?’ Foi apurado de que ele era membro de uma associação da região. Em razão de que ele poderia estar ai fazendo rondas externas que eram feitas, mas é necessário apurar se dentro dessa ronda, ia até aquele ponto específico. [...] Outro motivo é se havia alguma indicação de que ali ocorria festa temática, música e afins. [...] Para a apuração talvez façamos a reprodução simulada dos fatos. [...] Querermos esclarecer os fatos, por qual razão esse crime bárbaro foi cometido e punir o responsável ou responsáveis,".

Além da prisão preventiva, Jorge Guaranho também será interrogado pelas autoridades, informou o promotor. Contudo, ele foi internado logo depois do crime e segue nestas condições. Assim que ele for liberado, será ouvido pelos investigadores.

“Embora ele se encontre internado, pelo que levantamos ontem, [...] o estado de saúde dele é grave, mas não sei hoje. [...] mesmo na atual condição dele, ele teve a prisão decretada, e está em escolta da polícia militar e tão logo se reestabeleça, será ouvido. Uma audiência de custódia será realizada assim que ele estiver em condições e será ouvido no próprio processo penal”.

O corpo de Arruda foi velado nesta segunda-feira (11) em Foz do Iguaçu.

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