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Julgamento

Julgamento de mãe e padrasto de Joaquim começa em Ribeirão Preto

O julgamento ocorre quase dez anos após o menino ter sido assassinado, em 5 de novembro de 2013

Joaquim Pontes Marques, vítima de um trágico evento em 2013. - Imagem: reprodução Twitter@CarvedJaguar05
Joaquim Pontes Marques, vítima de um trágico evento em 2013. - Imagem: reprodução Twitter@CarvedJaguar05

Lillia Soares Publicado em 16/10/2023, às 14h52 - Atualizado às 14h52


Começa o julgamento, nesta segunda-feira (16), da mãe e padrasto do pequeno Joaquim Pontes Marques, vítima de um trágico evento em 2013. O casal, Natália Ponte e Guilherme Longo, enfrenta um júri popular por serem acusados do homicídio do garoto de 3 anos.

O processo acontece na cidade de Ribeirão Preto, local onde o crime aconteceu, no interior de São Paulo. Esse julgamento ocorre quase uma década após o fatídico evento que tirou a vida da criança em 5 de novembro de 2013.

De acordo com informações do portal UOL, o Ministério Público alega que Guilherme Longo, então padrasto de Joaquim, é responsável por administrar uma dose excessiva de insulina no menino, que sofria de diabetes. Segundo a acusação, após a morte do menino, Longo teria descartado o corpo da criança em um córrego.

Guilherme enfrenta acusações de homicídio triplamente qualificado, com a alegação de motivo fútil, utilização de crueldade e emprego de meios que impossibilitaram a defesa da vítima. No caso de Natália, mãe de Joaquim, as acusações estão relacionadas à sua omissão. O Ministério Público argumenta que ela tinha a capacidade de afastar a criança do convívio com seu parceiro.

Relembre o caso

Natália, que é psicóloga, cruzou seu caminho com o de Longo enquanto trabalhava em uma clínica de reabilitação localizada em Ipuã, na região de Ribeirão Preto. Foi nesse ambiente que os dois se conheceram, uma vez que Longo estava internado na clínica para receber tratamento.

O relacionamento deles floresceu, e eles decidiram compartilhar suas vidas, indo morar juntos no início de 2013. Nesse período, Natália estava grávida de seu segundo filho, e Joaquim, que tinha apenas três anos na época, estava no convívio da família.

De acordo com as alegações do Ministério Público, Longo teria retomado o uso de substâncias entorpecentes logo após o nascimento do filho do casal. Nesse mesmo período, Joaquim recebeu o diagnóstico de diabetes, e Longo teria começado a manifestar comportamento agressivo devido a ciúmes em relação a Natália.

A acusação sustenta que ele se queixava das atenções que ela dedicava ao filho e do contato que mantinha com seu ex-marido, que era o pai de Joaquim.

No dia 5 de novembro de 2013, a família procurou as autoridades policiais para relatar o desaparecimento de Joaquim. Na ocasião, o casal afirmou que acordou e não conseguiu encontrar o menino em casa. Cinco dias após esse relato, o corpo da criança foi localizado nas águas do rio Pardo, em Barretos, uma cidade próxima a Ribeirão Preto.

A investigação conduzida pela Polícia Civil indicou que, na noite de 4 de novembro, Joaquim estava no quarto junto com sua mãe, o padrasto e o recém-nascido irmão. O menino estava assistindo a desenhos em um celular quando Natália adormeceu ao lado do bebê.

Longo teria ficado enfurecido com Joaquim depois que o menino começou a chorar ao ter seu celular retirado das mãos. Nesse momento, ele teria levado a criança para o quarto vizinho, onde, segundo as autoridades policiais, teria administrado uma dose excessiva de insulina no menino.

De acordo com a acusação, ao perceber que Joaquim estava sem vida, Longo teria deixado a residência e descartado o corpo da criança no córrego Tanquinho, que estava situado a aproximadamente 200 metros da casa da família. A partir desse ponto, o corpo teria sido levado pelo córrego até o rio Pardo.

A mãe e o padrasto alegam que Longo lutava contra o vício em drogas e afirmam que Joaquim teria desaparecido da casa naquela madrugada, quando Longo teria saído para adquirir cocaína.

Natália enfrentou acusações de omissão e foi detida inicialmente, mas posteriormente foi liberada e agora responde ao processo em liberdade. Conforme a acusação, ela tinha conhecimento do comportamento agressivo de seu então parceiro e alegou ter sido ameaçada de morte por Longo.

Por outro lado, Longo encontra-se recluso na Penitenciária 2, localizada em Tremembé, São Paulo, desde o ano de 2018, quando foi deportado pela Espanha. Em 2016, após ser libertado provisoriamente após três anos de prisão preventiva, ele fugiu para a Europa.

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