Análise afirma que Giovanni Bezerra aplica medicamento por 7 vezes durante o crime
Mateus Omena Publicado em 19/07/2022, às 18h48
Uma análise da gravação que mostra o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, 32, estuprado uma gestante durante o parto indicou que ele começou a cometer o crime 50 segundos após o marido da vítima sair da sala de parto com o bebê recém-nascido.
A violência sexual aconteceu no dia 11 de julho no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A Delegacia de Atendimento à Mulher do município (DEAM-SJM) comunicou que concluiu a investigação sobre a prisão do médico. Diante disso, Giovanni Bezerra será indiciado por estupro de vulnerável.
O envio do inquérito ao Ministério Público deve acontecer ainda nesta terça-feira (19).
De acordo com os investigadores, o vídeo tem duração de 1 hora e 36 segundos, e foi gravado por telefone de uma enfermeira, está íntegro e sem edições. O estupro durou cerca de 9 minutos.
As imagens foram feitas por iniciativa de um grupo de enfermeiras que há muito tempo desconfiava do comportamento do médico em relação às pacientes.
A gravação também mostra o momento em que Giovanni Bezerra aplica medicamento, provavelmente sedação, na vítima 7 vezes durante a agressão sexual.
Além disso, o inquérito apontou que, após análises, ficou comprovado a presença de sêmen no material usado pelo médico para se limpar. No entanto, como esse material também passou por diferentes recipientes após a coleta, não foi possível garantir sua integridade.
O laudo médico de medicamentos também confirmou que foram usados cetamina e propofol. Por outro lado, como as ampolas de medicamentos estavam quebradas pela própria utilização, a perícia previu a possibilidade de contaminação entre os frascos.
Até o momento, 19 pessoas foram ouvidas no inquéito, como Giovanni Bezerra, a vítima do estupro, o marido dela, o corpo técnico/médico e policiais.
A Polícia Civil anunciou na semana passada que investiga mais de 40 possíveis casos de estupro de mulheres que foram pacientes de Giovanni Quintella.
Todos esses casos suspeitos representam o total de procedimentos cirúrgicos que contaram com a participação do anestesista. Segundo os investigadores, apenas no Hospital da Mãe, no município de Mesquita, o médico esteve presente em 44 cirurgias.
O Ministério Público denunciou Giovanni Bezerra à Justiça e ele se tornou réu no processo. A decisão foi tomada antes da conclusão das investigações, pois o MPRJ entendeu que já havia informações e provas suficientes para denunciar o médico.
Além da condenação, o órgão pediu também uma indenização em favor da vítima, no valor não inferior a 10 salários mínimos.
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