Diário de São Paulo
Siga-nos
Inimigo próximo

Estudante é vítima de linchamento virtual por um ano e culpado era quem menos esperava

A investigação contou com a ajuda do FBI

Estudante é vítima de linchamento virtual por um ano e culpado era quem menos esperava - Imagem: reprodução
Estudante é vítima de linchamento virtual por um ano e culpado era quem menos esperava - Imagem: reprodução

Nathalia Jesus Publicado em 26/12/2022, às 10h46


Depois de um ano sofrendo linchamento virtual, uma adolescente e seu namorado decidiram denunciar os ataques para a polícia de Michigan, nos Estados Unidos, e as investigações conseguiram chegar a um culpado improvável. 

Segundo os agentes, foram encontradas mais de mil páginas com conteúdos 'maldosos', 'desmoralizantes' e 'humilhantes' contra os dois menores, que não tiveram as idades divulgadas.

Mesmo utilizando um VPN (rede virtual privada), Kendra Gail Licari, de 42 anos, mãe da adolescente, foi identificada como a autora dos ataques virtuais contra a própria filha. Além do VPN, a mulher utilizava gírias e abreviações comuns entre os jovens para disfarçar sua verdadeira identidade.

O caso foi levado para a polícia em janeiro de 2021 pela própria acusada, que se juntou com a mãe do outro adolescente envolvido no caso para "ajudar" a encontrar o culpado pelos ataques aos filhos, de acordo com o jornal britânico Daily Star.

Logo no início das investigações, a polícia de Michigan informou que não teria recursos para prosseguir com o caso. Desta forma, a condução foi transferida para a polícia federal, o FBI.

Os recursos mostraram que centenas de mensagens maldosas foram emitidas pelo celular de Kendra contra a própria filha e o namorado. Chamada para depor, a mulher ficou sem saída após ser confrontada com as provas e confessou ser autora das mensagens.

Segundo David Barberi, promotor do condado de Isabella, responsável pelo caso. Kendra Gail Licari é acusada de cinco tipos de crime. Entre eles está promover uma 'sofisticada campanha de assédio' contra dois menores de idade, utilizar rede privada para esconder sua identidade e tentativa de incriminar outro adolescente, provavelmente próximo das vítimas. 

"Ela também usava uma identidade específica, mas, em vez disso, fazia parecer que os ataques vinham de colegas da mesma idade dos dois adolescentes. Isso incluía o uso de gírias e abreviações associadas à comunicação por texto", disse o promotor ao jornal ameriano The Morning Sun.

Acusada formalmente no início da última semana, Licari foi libertada sob uma fiança de 5 mil dólares - aproximadamente R$ 26.300 na cotação atual.

A americana deve retornar ao tribunal na próxima quinta-feira (29) para determinar se existem evidências suficientes para prosseguir com as acusações.

Compartilhe  

últimas notícias