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Investigação

Adolescente é investigada por suspeita de envolvimento com ataque à escola

Uma adolescente de 15 anos é apontada pela polícia como principal responsável por incentivar o autor do ataque

Uma adolescente de 15 anos é apontada pela polícia como principal responsável por incentivar o autor do ataque - Imagem: Reprodução/Freepik
Uma adolescente de 15 anos é apontada pela polícia como principal responsável por incentivar o autor do ataque - Imagem: Reprodução/Freepik

Ana Rodrigues Publicado em 31/10/2023, às 10h27


Uma adolescente de 15 anos é apontada pela polícia como principal responsável por incentivar o autor do ataque a tiros contra a Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, a cometer o atentado que vitimou uma aluna e feriu outras duas estudantes na manhão do dia 23 de outubro.O incentivo foi feito através da internet.

Segundo o site Metrópoles, as investigações verificaram que a menina trocou mensagens com o aluno de 16 anos por meio da plataforma Discord, horas antes dele entrar armado no colégio e matar a colega Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, com um tiro na nuca à queima-roupa. Ele usou a arma do pai um revólver calibre 38, e foi apreendido.

Ele integra um grupo de jovens que já foi identificado pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça que participava do servidor do Discord. A maioria dos membros do servidor é menor de idade e, até momento, nenhum dos identificados mora em São Paulo.

Na véspera do ataque, o adolescente enviou fotos da sala de aula e das escadas do colégio e pediu ajuda para definir a melhor estratégia para praticar o atentado. Ele recebeu instruções dos membros do grupo do Discord e prometeu fazer uma transmissão ao vivo do ataque, o que acabou não ocorrendo.

De acordo com as investigações, a adolescente de 15 anos suspeita de incentivar o ataque é conhecida nas chamadas “panelas” de Discord, como são intitulados os grupos fechados. Neles, são comuns sessões de automutilação, sacrifício de animais e tortura virtual.

O trabalho de identificação dos suspeitos esbarra nas ferramentas usadas para despistar a polícia. Boa parte dos membros do grupo usava VPN (rede privada virtual) para acessar as conversas com IP (protocolo de rede) de outros estados.

As mensagens do grupo no Discord - onde o ataque tinha sido discutido - mostraram que, horas depois do atentado, os integrantes falaram em formatar o celular, desativas a conta da plataforma e a localização do aparelho. Porém, antes disso, alguns lamentaram o saldo de mortos no atentado. Um dos administradores do grupo mandou a mensagem "Uma morte cara, q cara merda [sic]".

Os diálogos ainda mostraram que, enquanto alguns participantes disseram não ter envolvimento no ataque porque, segundo eles, o estudante de 16 anos já entrou no server com o objetivo de cometer o crime, outros admitiram que o incentivaram.

Fiz ele fazer este massacre", escreveu um deles.

A polícia trabalha com duas hipóteses principais para pedir o indiciamento dos suspeitos: organização criminosa, se ficar comprovada a participação nos episódios de violência cibernética que acontecem nos grupos; e homicídio, caso seja comprovada a influência direta sobre o autor do ataque que matou a adolescente Giovanna.

Na segunda-feira (30), o Discord informou que excluiu o grupo em que o autor do ataque à Escola Estadual Sapopemba planejou o crime e recebeu instruções sobre o atentado. Segundo a plataforma, os integrantes promoviam a glorificação de agressões físicas e sexuais.

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