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Absurdo

17 trabalhadores escravizados são resgatados de restaurantes japoneses em SP; saiba quais

Os trabalhadores foram encontrados em alojamentos degradantes nos estabelecimentos

Os trabalhadores foram encontrados em alojamentos degradantes nos restaurantes - Imagem: Pixabay
Os trabalhadores foram encontrados em alojamentos degradantes nos restaurantes - Imagem: Pixabay

João Perossi Publicado em 01/09/2022, às 11h05


O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) resgatou nessa segunda-feira (29) 17 pessoas em regime de trabalho análogo à escravidão em dois restaurantes de comida japonesa na zona norte de São Paulo.

A operação de investigação e resgate, chamada de "Operação Sushi Paulistano", contou também com o auxílio de agentes da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho.

Segundo conta os fiscais, as condições de moradia dos escravizados do restaurante eram insalubres: Colchões imundos, pedaços de espuma suja para fazerem as vezes de travesseiros, paredes mofadas e fogões a gás encostados nas camas, além de um chuveiro elétrico que não funciona.

"Um dos trabalhadores confessou que não tomava banho há cinco dias, o que, além de atingir sua dignidade, era incompatível com a higiene exigida pela Vigilância Sanitária em restaurantes", relatou um dos fiscais. A maioria das vítimas vieram da Paraíba e do Piauí.

"Era uma imundice, uma situação inaceitável", contou Paulo Warlet, coordenador da operação. Segundo Warlet, os alojamentos possuíam um odor fortíssimo de lixo, suor e urina.

De acordo com a fiscalização, as empresas Sushi Tucuruvi Delivery, Hajime Sushi Bar Tucuruvi e Sushi Vila Gustavo se juntavam para compartilhar a mão-de-obra escravizada nos serviços oferecidos.

As empresas alegam que, após a fiscalização, os direitos trabalhistas foram pagos e as condições de trabalho voltaram a ser as previstas por lei. 

Enquanto alguns funcionários voltaram para o estado de origem, com o recebimento de seguro-desemprego, outros continuaram na empresa, posto que os proprietários se comprometeram a pagar por um hotel e contratá-los legalmente.

A ação de fiscalização acompanhará de perto o quadro de funcionários por 4 meses, para garantir que os direitos constitucionais sejam cumpridos. "Já está tudo resolvido", afirmou Anderson Oliveira, gerente de um dos restaurantes escravagistas.

Exemplos como esse apenas reforçam que, embora já façam 134 anos desde a assinatura da Lei Áurea, a escravidão ainda foi extinta no Brasil.

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