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Conselho Tutelar

Mãe de crianças que pularam do 2° andar dá depoimento forte: "Vontade de morrer"

O caso aconteceu na última quinta-feira (20), em Ribeirão Preto

Mãe de crianças que pularam do 2° andar dá depoimento forte: "Vontade de morrer" - Imagem: reprodução / EPTV
Mãe de crianças que pularam do 2° andar dá depoimento forte: "Vontade de morrer" - Imagem: reprodução / EPTV

Nathalia Jesus Publicado em 26/07/2023, às 12h06


A mãe das crianças que pularam da janela do apartamento, localizado no segundo andar de um prédio em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, na última quinta-feira (20), após a chegada do Conselho Tutelar revelou estar "desesperada" após perder a guarda dos meninos provisoriamente.

“A vontade que eu tenho é de morrer. Eles eram meu motivo para fazer as coisas”, disse Geslaine Tomaz Castilho ao Metrópoles.

As crianças chegaram a ser internadas em um hospital de Ribeirão Preto. Desde que receberam alta, estão em Jardinópolis, cidade vizinha, com uma tia.

A mãe dos meninos afirmou que, durante as férias escolares, precisava deixá-los sozinhos para ir trabalhar. Ela é funcionária de um salão de beleza. A mulher nega que os filhos tenham sido agredidos sob os seus cuidados.

“Eu preciso deixá-los em casa, senão não temos o que comer. Eu não sei o que aconteceu. Eu corrijo sim os meus filhos. Mas isso de agressão não é verdade. Eles caíram de um prédio”, disse.

Geslaine diz que pediu ajuda diversas vezes ao Conselho Tutelar. A mãe afirma que conhecia a assistente social que fez a abordagem, Marlene Colombo.

“Queria que meus dois filhos estudassem na escola Anísio Teixeira, que tem reforço à tarde. De tantas vezes que eu ia no Conselho Tutelar, fiquei conhecendo ela. Ela me negava. Me humilhava. Ela falava que tinha 4 mil pessoas na minha frente e que não podia fazer nada. Eu já chorei muito na mesa dela falando ‘pelo amor de Deus’.”

Por sua vez, a assistente Marlene Colombo confirmou que viu Geslaine, porém, apenas uma vez.

“Agi no meu papel de conselheira tutelar, como sempre fiz. Vi essa mulher só uma vez, quando ela foi fazer transferência.”

Porta trancada

Colombo alegou que os meninos foram trancados pela mãe dentro do apartamento.

“Eles disseram que a mãe não estava e que não tinham a chave da porta. Aí eu já entendi que era cárcere privado”, disse a conselheira.

“De repente, eu ouço um choro bem longe e fica um silêncio. Enquanto eu mandava uma mensagem para o juiz da Vara da Infância para pedir uma busca e apreensão, alguém veio correndo dizer que as crianças tinham pulado da janela. Foi muito triste”, completou Marlene.

Geslaine Tomaz Castilho é suspeita de maus tratos e abandono de incapaz. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Ribeirão Preto.

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