Decisão judicial impede Metrô de SP de mudar nome da futura estação Paulo Freire

O Tribunal de Justiça de São Paulo emitiu uma decisão suspendendo a alteração do nome da estação Paulo Freire para Fernão Dias no Metrô. A suspensão ocorreu após um recurso apresentado pela deputada Ediane Maria, do PSOL.

Sob a gestão de Tarcísio de Freitas, renomado educador reconhecido como "patrono da educação brasileira", o nome da estação havia sido substituído pelo de Fernão Dias, um bandeirante conhecido por seu envolvimento com a escravidão e pela exploração da população indígena.

A futura estação da Linha 2-Verde do Metrô faz parte do projeto de expansão do serviço na Zona Leste da capital. A mudança de nome foi anunciada em março, com base em uma pesquisa que ouviu 321 pessoas, promovida pelos dirigentes da empresa.

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Na decisão, a desembargadora Maria Fernanda de Toledo Rodovalho, da 2ª Câmara de Direito Público do TJ-SP, destacou que a metodologia utilizada na pesquisa era falha. Além disso, ressaltou que a localização da estação na Avenida Educador Paulo Freire reforça a importância do nome homenageado, que representa o papel integrador da educação na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A deputada Ediane, autora da ação, destacou em entrevista ao G1 que a periferia ainda desconhece os grandes revolucionários da educação emancipadora. Ela ressaltou a importância do debate sobre quem é Paulo Freire na sociedade, para que São Paulo não homenageie pessoas ligadas à tortura, ao higienismo e à escravidão. A parlamentar defendeu que os revolucionários sejam reconhecidos em praças e nomes de estações de metrô, para que exista um debate sobre consciência e conscientização.

Com a decisão do Tribunal de Justiça, o nome da estação Paulo Freire será mantido, preservando a homenagem ao renomado educador brasileiro.