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DIREITOS

Cupertino se defende em carta a juiz e nega envolvimento na morte de ator de Chiquititas

Paulo Cupertino Matias deverá enfrentar júri popular no próximo dia 10 de outubro pelo assassinado do ator Rafael Miguel

Cupertino se defende em carta a juiz e nega envolvimento na morte de ator de Chiquititas - Imagem: Reprodução / Polícia Civil / Arquivo pessoal
Cupertino se defende em carta a juiz e nega envolvimento na morte de ator de Chiquititas - Imagem: Reprodução / Polícia Civil / Arquivo pessoal

William Oliveira Publicado em 03/10/2024, às 10h31


Paulo Cupertino Matias, detido em 2022 sob a acusação de ter assassinado o ator Rafael Miguel e seus pais em um incidente ocorrido em 2019 na zona sul de São Paulo, encaminhou uma carta ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) em junho do ano passado, solicitando sua libertação. No documento manuscrito de nove páginas, Cupertino clama por seus direitos, declarando-se inocente e alegando que está sendo prejudicado por uma narrativa que não reflete a realidade.

Segundo a carta, obtida pelo portal Metrópoles, Cupertino pede a sua liberdade e afirma estar com seus direitos negados com base em fatos distorcidos. Paulo Cupertino deverá enfrentar um júri popular no próximo dia 10 de outubro no Fórum da Barra Funda, situado na zona oeste da capital paulista.

No início da correspondência dirigida ao presidente do TJSP, Cupertino faz referência ao Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional do qual o Brasil é signatário há mais de três décadas e que assegura direitos fundamentais, como a liberdade e um julgamento justo.

"Excelência, eu me encontro preso desde 16 de maio de 2022 e, bem antes da minha prisão, venho sendo acusado, massacrado e perseguido de formas e informações totalmente desprovidas e mentirosas", escreve Cupertino.

Cupertino contesta as acusações, afirmando que as mortes ocorreram por disparos de arma de fogo, mas nega ser o autor dos tiros. Ele argumenta que não existem provas concretas contra ele e que os relatos são meras suposições.

O acusado expressa preocupação com a cobertura midiática do caso, alegando que a divulgação das informações processuais contaminou o processo judicial e comprometeu sua defesa. Em sua opinião, a exposição midiática pré-julgou sua culpa perante os jurados.

Cupertino compara sua situação a tempos medievais, nos quais afirma que os acusados eram sentenciados sem direito à defesa. Ele justifica ter fugido temendo por sua segurança pessoal e expressa receio da polícia.

Na conclusão da carta, Cupertino declara desconhecer as vítimas e solicita ao tribunal que lhe conceda igualdade de direitos no processo legal para comprovar sua inocência. Além disso, ele pede que seu requerimento seja encaminhado a uma instância superior caso seu pedido inicial seja rejeitado.

"Te asseguro, nunca antes em minha vida tive conhecimento da sua existência", conclui Cupertino.

O suspeito permaneceu foragido por quase três anos, período durante o qual adotou uma identidade falsa na cidade paranaense de Jataizinho.

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