Tropas russas ainda estão presentes no leste da Ucrânia
Gabriela Thier Publicado em 17/10/2024, às 15h58
Em um esforço para consolidar o apoio internacional e fortalecer sua posição diante do conflito com a Rússia, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou recentemente um ambicioso "plano para a vitória" aos líderes ocidentais. A proposta, que visa garantir uma posição de força para a Ucrânia antes de qualquer negociação de paz, foi exposta em uma cúpula da União Europeia (UE) nesta quinta-feira (17) e coincide com uma reunião dos ministros da Defesa dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Zelensky, ao chegar em Bruxelas, enfatizou a importância de reforçar as capacidades ucranianas para preparar o terreno para a diplomacia. Segundo ele, somente quando a Rússia perceber que não poderá avançar pela força, optará por soluções diplomáticas. "Precisamos criar as condições necessárias para acabar com a guerra", destacou o líder ucraniano.
Durante uma coletiva de imprensa após sua apresentação na UE, Zelensky relatou que vários chefes de Estado manifestaram apoio incondicional ao plano. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também reafirmou o compromisso do bloco europeu com a Ucrânia e reconheceu o plano de Zelensky como um caminho promissor.
As diretrizes principais do plano já haviam sido compartilhadas no parlamento ucraniano e propõem a mobilização de recursos ocidentais de "dissuasão estratégica não nucleares" dentro da Ucrânia como forma de pressionar a Rússia a encerrar o conflito. Detalhes adicionais da proposta foram enviados confidencialmente aos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha.
Entretanto, existem desafios significativos. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, classificou o plano como um "sinal forte", mas ponderou que isso não implica endosso total. Um ponto controverso é o pedido de adesão imediata da Ucrânia à Otan, algo visto como inviável por muitos membros da aliança devido ao potencial risco de escalada militar com a Rússia.
Os Estados Unidos e a Alemanha demonstram resistência a essa ideia para evitar tensões diretas com Moscou. Julianne Smith, embaixadora dos EUA na Otan, reiterou que um convite à Ucrânia neste momento não está em discussão. Rutte afirmou que embora a Ucrânia esteja no caminho para se tornar membro da Otan, não há previsão concreta para tal adesão.
Com o conflito no leste da Ucrânia ainda em curso e com as tropas russas avançando na região do Donbass, o cenário permanece complexo e desafiador para Zelensky e seus aliados internacionais.
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