Moscou alega que ataque a hospital em Kiev é "peça publicitária" do governo ucraniano, enquanto ONU convoca reunião de emergência
por Marina Milani
Publicado em 09/07/2024, às 17h00
Na manhã desta terça-feira (9), um dia após um ataque devastador a um hospital infantil em Kiev, que resultou na morte de pelo menos 38 pessoas, o governo russo negou responsabilidade pelo bombardeio. Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dimitry Peskov, classificou o ataque à instalação pediátrica como uma "peça publicitária" do governo ucraniano de Volodymyr Zelensky.
Segundo Peskov, evidências fotográficas e videográficas indicariam que o hospital infantil Okhmatdyt foi atingido por um míssil de defesa aérea ucraniano, e não por forças russas. Em contrapartida, as autoridades ucranianas afirmam que o hospital foi atingido por um míssil KH-101, de fabricação russa, utilizado anteriormente na ofensiva russa na Síria. "Não há dúvidas de que se tratou de um ataque direto", declarou o governo ucraniano.
Quando questionado sobre os alvos russos, Peskov reafirmou que a orientação é atacar apenas infraestrutura militar e crítica ao governo ucraniano. No entanto, essa explicação não convenceu a comunidade internacional. Em resposta ao incidente, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) agendou uma reunião de emergência para discutir o caso ainda nesta terça-feira.
Na noite de segunda-feira, horas após o ataque, o governo brasileiro emitiu uma declaração ambígua. A nota do Itamaraty não mencionou explicitamente a Rússia como responsável pelo bombardeio que atingiu cinco cidades ucranianas, causando 38 mortes e ferindo outras 150 pessoas.
"O governo brasileiro condena o bombardeio que atingiu hoje o hospital infantil Okhmatdyt, em Kiev, que resultou em número expressivo de vítimas fatais, incluindo crianças. O governo brasileiro reitera sua condenação a ataques em áreas densamente povoadas, especialmente quando acarretam danos a instalações hospitalares e a outras infraestruturas civis, e expressa sua solidariedade às vítimas e a seus familiares", afirma a nota oficial, sem especificar o autor dos ataques.
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