Pressão internacional leva EUA a construir píer em Gaza para receber ajuda humanitária, após invasão israelense em Rafah
Sabrina Oliveira Publicado em 17/05/2024, às 12h04
Um píer flutuante pré-montado foi construído por militares americanos no porto de Ashdod, em Israel, e levado em partes para a costa de Gaza. A pressão internacional por uma rota alternativa de suprimentos para Gaza cresceu após a invasão por terra das forças israelenses em Rafah, no sul do território. Os primeiros caminhões carregando ajuda humanitária desembarcaram no píer construído pelos EUA em Gaza para este propósito, disse o Comando Central americano nesta sexta-feira (17).
Com as principais passagens entre Gaza e o Egito fechadas ou com serviço intermitente após a operação militar de Israel em Rafah, a pressão internacional para que alimentos, medicamentos e outros itens de primeira necessidade entrassem no território havia se intensificado.
Segundo o Comando Central dos EUA, os primeiros desembarques ocorreram às 9h do horário local (3h em Brasília), e nenhum militar americano chegou a desembarcar no território palestino. A ajuda que vai entrar em Gaza por via marítima será parte de um "esforço contínuo e multinacional", segundo os EUA. A carga será inspecionada por autoridades israelenses em um posto de controle instalado no Chipre, e deve passar depois por inspeções adicionais já em terra, segundo autoridades americanas.
Ameaça de Fome para Palestinos
De acordo com a ONU, a ameaça de fome afeta a maioria dos 2,4 milhões de habitantes do território palestino, onde o cerco israelense resultou em grave escassez de alimentos, água potável, medicamentos e combustível. A chegada de comboios com ajuda foi reduzida ao mínimo desde que as forças israelenses assumiram o controle da passagem de fronteira de Rafah com o Egito na semana passada, uma via crucial para o suprimento de recursos. A ONU adverte que abrir as passagens terrestres e permitir a entrada de mais comboios de caminhões em Gaza é a única maneira de resolver a crise humanitária desencadeada pelo conflito entre Israel e o Hamas.
A guerra teve início em 7 de outubro, com um ataque realizado pelo grupo terrorista Hamas no sul de Israel, resultando na morte de mais de 1.200 pessoas, a maioria civis. Mais de 250 pessoas foram sequestradas, e 128 permanecem em cativeiro em Gaza, com o Exército estimando que 38 delas tenham morrido. A ofensiva de represália de Israel na Faixa de Gaza tirou a vida de mais de 35.270 pessoas, a maioria civis, conforme relatado pelo Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza desde 2007.
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