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Guerra

Primeiro-ministro de Israel acusa Egito de manter Gaza como 'refém'

Netanyahu defende "fluxos máximos de ajuda humanitária" através de Rafah e espera entendimento com o Egito

Primeiro-ministro de Israel acusa Egito de manter Gaza como 'refém' - Reprodução / Kobi Gideon, GPO
Primeiro-ministro de Israel acusa Egito de manter Gaza como 'refém' - Reprodução / Kobi Gideon, GPO

Gabriela Thier Publicado em 16/05/2024, às 15h16


Nesta quarta-feira (15), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pediu ao Egito que reabra a passagem fronteiriça de Rafah, sugerindo que o Cairo está mantendo a população de Gaza como “refém” ao não cooperar com Israel para permitir a entrada de ajuda essencial. Este apelo vem um dia após o Egito, o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel e anfitrião das recentes negociações fracassadas para um cessar-fogo e a libertação de reféns, acusar Israel de se esquivar de sua responsabilidade pela crise humanitária em Gaza.

A passagem de Rafah, que faz fronteira com o Egito e é a principal porta de entrada de mercadorias e pessoas em Gaza, está fechada desde que Israel anunciou, em 7 de maio, ter tomado o controle da área do movimento islamista palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza. Mais de um milhão de palestinos, deslocados pelo conflito entre Israel e Hamas iniciado em 7 de outubro de 2023, buscaram refúgio na cidade.

Em uma entrevista ao canal americano de notícias financeiras CNBC, Netanyahu afirmou que Israel apoia "fluxos máximos de ajuda humanitária" através da passagem de Rafah. "Queremos vê-la aberta", declarou. Ele acrescentou: "Espero que possamos chegar a um entendimento com o Egito".

Netanyahu destacou que a passagem poderia ter sido aberta "ontem" se dependesse de Israel. "Não é nosso problema. Não estamos atrasando a abertura de Rafah", disse. Ele esperava que o Egito considerasse sua posição, enfatizando: "Ninguém deveria tomar como refém a população palestina de nenhuma maneira e eu não a estou tomando como refém. Acho que ninguém deveria fazer isso".

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, afirmou na última terça-feira (14) que o controle israelense da passagem expõe trabalhadores humanitários e caminhoneiros a "perigos iminentes". Shoukry acusou Israel de ser "o único responsável pela catástrofe humanitária" em Gaza, onde as Nações Unidas alertam para o risco de uma crise de fome generalizada.

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