A um mês do vigésimo aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente Joe Biden tenta aplacar um mal-estar com sobreviventes e famílias das
Redação Publicado em 13/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h36
A um mês do vigésimo aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente Joe Biden tenta aplacar um mal-estar com sobreviventes e famílias das vítimas. Numa carta assinada por 1.800 pessoas, ele foi solicitado a não aparecer nas homenagens, a menos que cumpra a promessa de campanha e libere documentos do FBI que demonstrem o envolvimento da Arábia Saudita nos ataques.
O presidente americano cedeu à pressão e ordenou a revisão dos arquivos para determinar se é possível torná-los públicos, como defende o grupo de sobreviventes. Biden reforçou o compromisso pela transparência, mas dentro dos limites da lei.
A reivindicação das famílias dos três mil mortos já alcança o quarto presidente dos EUA — George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e agora Joe Biden. Quinze dos 19 terroristas da al-Qaeda eram sauditas, mas a Comissão do Congresso que investigou o mais trágico atentado em solo americano não achou indícios de que eles foram financiados pelo reino.
No governo Trump, em resposta a um tribunal federal, seu procurador-geral, William P. Barr, invocou a proteção à segurança nacional para manter em sigilo os documentos relacionados ao ataque.
Durante a campanha presidencial, os dois candidatos homenagearam os mortos em cenários distintos da tragédia– Biden esteve no Ground Zero, em Nova York; Trump, no Memorial Voo 93, na Pensilvânia, onde caiu o avião da United Airlines sequestrado por quatro terroristas.
As mensagens também divergiram. O então presidente deu um tom ufanista à celebração; o candidato democrata preferiu consolar parentes de vítimas. Ficou no ar a principal queixa dos sobreviventes: ter acesso a mais de 25 mil páginas de documentos que permanecem sob o selo de confidencialidade.
Na carta aberta a Biden, o grupo revela a frustração por ser usado como “moeda de troca política” e cobra do presidente a promessa de campanha em prol da verdade: “Vinte anos depois, simplesmente não há razão — alegações injustificadas de ‘segurança nacional’ ou outras — para manter esta informação em segredo.”
Como resumiu Terry Strada, que perdeu o marido Tom numa das Torres Gêmeas, neste 20º aniversário o grupo não está em busca de compaixão ou palavras de condolência. Num artigo publicado pelo “USA Today”, ela diz que é preciso curar com a verdade “a ferida que se aprofunda com o descaso a cada ano que passa”.
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G1
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