Em comunicado, embaixada disse que está confiante que eleições refletirão vontade do eleitorado
G1 Publicado em 20/07/2022, às 08h44
Um dia após o presidente Jair Bolsonaro atacar o sistema eleitoral brasileiro, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou um comunicado no qual afirma que as eleições no Brasil são "modelo" para o mundo.
Nesta segunda-feira (18), Bolsonaro fez uma apresentação para cerca de 40 embaixadores, em Brasília. Na ocasião, ele atacou sem provas as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. As suspeitas já foram desmentidas por órgãos oficiais.
Bolsonaro reúne embaixadores e repete, sem provas, suspeitas já esclarecidas sobre urnas
"As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo", diz o comunicado enviado pela assessoria da embaixada americana no Brasil.
Ataques sem provas de Bolsonaroàs urnas eletrônicas: o que dizem os pré-candidatos à Presidência;
Juízes eleitorais defendem urnas eletrônicas após Bolsonaro atacar sistema em evento com embaixadores;
No documento, o órgão afirma que está "confiante de que as eleições brasileiras de 2022 vão refletir a vontade do eleitorado" e que "à medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia".
A embaixada disse ainda que o Brasil tem "um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores".
Reações
Após a declaração de Bolsonaro a embaixadores estrangeiros, ministros do Tribunal Superior Eleitoral responderam as falas do presidente.
Sem citar Bolsonaro, Edson Fachin, atual presidente do Tribunal, refirmou a segurança do sistema eleitoral e disse que o debate político atual "tem sido achatado por narrativas nocivas que tensionam o espaço social".
De acordo com a assessoria do Supremo, o Presidente do STF, Luiz Fux, se reuniu em videoconferência com Fachin e "reiterou confiança total na higidez do processo eleitoral".
Em suas redes sociais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que uma democracia forte se faz com "respeito ao contraditório, independentemente do tema".
"A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida", disse Pacheco.
Também pelas redes sociais, juízes eleitorais saíram em defesa das urnas eletrônicas.
Nesta terça-feira (19), mais de 40 procuradores que atuam na área dos direitos humanos e fundamentais do Ministério Público Federal enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um pedido para que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado por causa dos ataques, sem provas, ao sistema eleitoral do país.
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