Diário de São Paulo
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Com a inflação em 140%, argentinos recorrem a roupas de segunda mão

Feiras de roupas nos arredores de Buenos Aires tornam-se locais atrativos para encontrar roupas a preços mais baixos em comparação às lojas convencionais

San Telmo Fair. - Imagem: Reprodução | Portal fronteiralivre.com.br
San Telmo Fair. - Imagem: Reprodução | Portal fronteiralivre.com.br

Marina Roveda Publicado em 14/11/2023, às 07h51


Em meio à crise econômica na Argentina, onde a inflação atinge 140%, os argentinos estão recorrendo cada vez mais aos mercados de roupas de segunda mão para encontrar peças a preços acessíveis ou para obter dinheiro extra com a venda de peças antigas. Com a economia do país enfrentando sua pior crise em décadas, os cidadãos estão buscando alternativas diante dos preços impraticáveis para produtos novos.

A recessão iminente e a crescente insatisfação dos eleitores são refletidas nas eleições presidenciais em que o outsider radical Javier Milei, favorito nas pesquisas, desafia o ministro da Economia Sergio Massa. A incapacidade deste último em controlar o aumento dos preços prejudicou sua campanha.

Com uma inflação anualizada de 138%, a Argentina luta contra a alta inflação há anos, atribuída à impressão excessiva de dinheiro e à falta de confiança no peso local. O aumento dos preços de produtos básicos, como roupas, levou os argentinos a buscar opções mais acessíveis nos mercados de segunda mão.

Aylen Chiclana, uma estudante de 22 anos em Buenos Aires, destacou a dificuldade de adquirir itens de vestuário a preços acessíveis nos dias atuais, contrastando com o cenário anterior em que podia comprar o que gostava. A inflação acelerada representa um desafio significativo para os consumidores, cujo poder de compra diminuiu drasticamente.

A feira de roupas em Tigre, nos arredores de Buenos Aires, tornou-se um local importante para aqueles que buscam roupas mais acessíveis em meio à crise econômica. Muitos argentinos optam por comprar itens nessas feiras, onde os preços são muito mais baixos do que nas lojas convencionais.

María Teresa Ortiz, uma aposentada de 68 anos, compartilhou a dificuldade de comprar produtos novos devido aos altos preços. Ela destaca a necessidade de procurar opções nas feiras para conseguir adquirir itens essenciais, como tênis, chinelos, jeans, camisas e camisetas.

Diante dessa realidade econômica desafiadora, a busca por alternativas mais acessíveis, como roupas usadas, tornou-se uma estratégia essencial para muitos argentinos enfrentarem a crise financeira que assola o país.

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