Em um dia em meados do mês de setembro, a brasileira Janadark de Oliveira e Silva chegou ao colégio onde trabalha, na ilha de La Palma, no arquipélago das
Redação Publicado em 25/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h40
Em um dia em meados do mês de setembro, a brasileira Janadark de Oliveira e Silva chegou ao colégio onde trabalha, na ilha de La Palma, no arquipélago das Canárias, e perguntaram se ela havia sentido o terremoto na noite anterior.
“Não tinha escutado nada. E então, naquele mesmo dia, houve um terremoto fortíssimo. Esse, sim, eu senti. Fiquei morrendo de medo, não dormi mais.”
Os tremores de terra que Janadark começou a sentir eram um aviso de que haveria uma erupção vulcânica na ilha onde ela vive há 13 anos, e onde teve sua filha, de 12 anos.
Os abalos foram se repetindo: “A todo momento era um ou outro. Até que no domingo teve um muito forte. Eu saltei da cama já de pé. A cama tinha mexido de lugar”, conta. O vulcão havia entrado em erupção na ilha.
Drone flagra momento em que lava de vulcão atinge piscina em La Palma, na Espanha
Janadark mora a cerca de 10 quilômetros do vulcão, e a casa dela não está no caminho da lava, que já obrigou uma parte da população a deixar suas residências. Mas mesmo assim a rotina viu sua rotina mudar bastante.
Imagens de drone mostram caminho da lava de vulcão em La Palma
“O barulho é horrível, parece um caça aéreo passando no céu a todo momento”, relata.
Há momentos de silêncio, mas frequentemente sua família volta a ser acordada durante a noite, segundo Janadark.
“As sacudidas nos fazem levantar com medo, pensando que a casa vai cair. Está difícil, [a situação] dá muita ansiedade, tenho vontade de dormir na rua”, afirma.
Segundo ela, a prefeitura disse aos moradores que os tremores de terra acontecem quando há liberação de gás do vulcão e ocorrem explosões, mas que não há risco real para as casas.
“Abriram-se muitas bocas no vulcão, cada dia abre uma. A gente não entende o porquê disso. O medo que temos é que a saída não seja suficiente para dar conta da pressão da lava, e isso poderia causar um terremoto muito forte”, conta.
Outra coisa que mudou na rotina dela foram as cinzas que caem do céu.
As pessoas precisam circular com uma máscara SP2, que também é usada para evitar a transmissão de Covid-19 e óculos protetores.
“As cinzas são tóxicas e prejudiciais para a saúde, é uma terra muito fina, da espessura de uma areia fina, mas é preta”, afirma Silva.
O vento ora traz as cinzas para a cidade ora as afasta. “Na quinta-feira, era como se tivessem jogando areia diretamente nas nossas cabeças”.
Ela conta que conhece gente que teve que deixar tudo para trás. Uma família de amigos tinha parentes mais velhos, de cerca de 90 anos, e foi para a ilha de Tenerife. “Muitos amigos meus perderam tudo, casa, tudo, tiveram que deixar tudo para trás, porque moravam na parte de baixo. Uma coisa horrível, triste”.
Há relatos na ilha de que casas de pessoas que tiveram que partir foram invadidas por ladrões.
Silva nasceu em Caetés, em Pernambuco, mas vivia em Belo Horizonte antes de se mudar para o arquipélago das Canárias, que pertence à Espanha.
Ela teve sua filha em La Palma, e hoje trabalha prestando serviços em uma escola. O emprego e a filha são os principais motivos pelos quais ela não vai deixar a ilha: “Não posso abandonar o trabalho, e a minha filha é espanhola, não posso sair correndo”.
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G1
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