por Kleber Carrilho
Publicado em 02/03/2024, às 07h07
No último domingo, Bolsonaro juntou mais de um milhão de pessoas na Avenida Paulista, e essa é a melhor notícia que Lula poderia ter. Afinal, com o ex-presidente impossibilitado de ser candidato em 2026, Lula vai tranquilo rumo à reeleição. Com os resultados econômicos que parecem ser bons, essa caminhada será ainda mais previsível.
Para Bolsonaro, a ideia de ser um líder da direita impossibilitado de ser candidato, por decisões que podem ser consideradas pelos seus apoiadores como injustiça, também o coloca como o único concorrente à sucessão de Lula em 2030, quando provavelmente poderá ser candidato.
Porém, pensando ainda em 2030, tem muita gente de olho na possibilidade de sucessão de Lula, principalmente à direita. Tarcisio de Freitas é um deles, que deve considerar fácil a possibilidade de governar São Paulo por oito anos, e chegar jovem e experiente para a disputa pelo Palácio do Planalto.
Foi justamente por causa dessa composição de cenários, que o favorece claramente, que Lula, ao ser perguntado sobre a manifestação de domingo, fez questão de sublinhar que realmente havia muita gente. Essa é uma estratégia certeira para quem tem papel de destaque: definir um adversário com clareza para enfraquecer qualquer outro que esteja tentando aparecer.
O sonho de Romeu Zema, governador de Minas, é que Lula compre alguma briga com ele. Porém, isso nem passa perto das atitudes do atual presidente, que prefere deixar todos os possíveis concorrentes em 2026 completamente esquecidos pelo noticiário e pelas redes sociais.
Ao mesmo tempo, em um movimento também muito previsível, Lula se afasta cada vez mais da esquerda, deixando de lado a agenda progressista, agradando os evangélicos neopentecostais sempre que possível e dando recados aos militares que não pretende acabar com nenhum dos benefícios que eles ainda têm, além de deixar claro que näo vai se preocupar com a memória do Golpe de 1964, que este ano completa exatas seis décadas.
Mas dá para aparecer alguém mais à esquerda para roubar votos de Lula? Dificilmente. Mesmo Ciro Gomes, que agora flerta com um nacionalismo que relembra o integralismo de Plínio Salgado, e portanto também se afasta da esquerda juntamente com seus companheiros de ideologia Mangabeira Unger e Aldo Rebelo, tem poucas chances, principalmente porque eles não conseguem explicar o que querem nem para a própria família, que, no caso de Ciro, já o abandonou.
É hora de nos acostumarmos com a ideia de que teremos Lula presidente até os 85 anos, se a saúde permitir. Afinal, Bolsonaro tem ajudado muito, principalmente ao colocar mais de um milhão de pessoas na Paulista e impedir que outro líder da direita se destaque.
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