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Zé Rafael deixa lesão para trás e busca sonho no Palmeiras: “Quero muito ser campeão brasileiro”

Zé Rafael chegou ao quinto jogo seguido como titular no Palmeiras e tem retomado um desempenho mais próximo ao da temporada passada, quando diz ter vivido o

PALMEIRAS
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Redação Publicado em 16/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h59


Após jogar finais no sacrifício, volante admite que “pagou a conta” no início da temporada, mas já se vê perto de retomar melhor fase. Multicampeão, ele tem mais um título na mira

Zé Rafael chegou ao quinto jogo seguido como titular no Palmeiras e tem retomado um desempenho mais próximo ao da temporada passada, quando diz ter vivido o melhor momento da carreira.

Peça importante na tríplice coroa, o camisa 8 considera que a sequência de partidas e os resquícios cada vez menores de uma lesão no tornozelo direito que o fez jogar no sacrifício influenciam diretamente nesta retomada.

Zé Rafael em Universidad Católica x Palmeiras — Foto: Staff Images/Conmebol

Zé Rafael em Universidad Católica x Palmeiras — Foto: Staff Images/Conmebol

– Estou realmente de novo adquirindo um bom nível, uma boa sequência. Estava faltando para mim, sofri muito ano passado pela lesão, ainda tenho alguns resquícios, mas sigo trabalhando, fortalecendo para incomodar o mínimo possível. Agora estou praticamente 100% e a sequência de jogos tem feito a diferença. Com confiança, a equipe mais encaixada, estou desempenhando também um bom futebol – analisou, em entrevista ao ge.

Zé decidiu jogar mesmo com dores, já que o Verdão se aproximava das finais da Copa do Brasil e da Libertadores e ele considerava estar em seu auge. O meio-campista não se arrepende do esforço, mas sabe que acabou pagando o preço no início desta temporada, em que não vinha bem.

– Eu nunca tive tempo para parar e tratar. Só tive nove dias que o Palmeiras deu de férias depois da final da Copa do Brasil. E na sequência deu uma semana e a gente já teve a primeira final da Recopa. Meu pé nunca ficou 100%. Apesar de estar bem próximo disso, ele nunca zerou. Fazemos ainda tratamento todos os dias, fortalecimento, a manutenção é diária. Se não fizer, realmente eu não consigo. Se parar, tenho de ficar um mês, um mês e meio (fora) e isto acaba com o meu ano praticamente. Estamos trabalhando duro para não atrapalhar e com a sequência de jogos maior, a confiança, é mais fácil de trabalhar e recuperar – explicou.

Zé Rafael sofreu uma lesão no tornozelo na temporada passada — Foto: Cesar Greco

Zé Rafael sofreu uma lesão no tornozelo na temporada passada — Foto: Cesar Greco

– Ano passado eu estava no melhor momento da minha carreira com certeza. Tive uma lesão que atrapalhou muito, e eu tratava e jogava. O pessoal brincava que a gente tinha de trocar o pneu com o carro andando, e foi o que aconteceu. Forcei demais o pé, depois das finais ainda tinha muitos problemas, porque adaptei meu corpo a correr mancando. As pessoas olhavam e achavam que eu estava machucado e não era isso, foi o que sobrou da lesão, porque o corpo se adaptou a fazer uma coisa para não sentir dor. Não me arrependo de ter jogado. Eu estava encaixado no time e por isso estava jogando. Tudo tem seu preço e eu preferi seguir jogando e pagar um pouquinho mais caro depois, com um pouco mais de dor, um pouco mais de trauma, mas a balança ficou equilibrada e fiquei muito feliz por isso – acrescentou.

Para quem passou pelas dificuldades deste incômodo no pé, a pancada no nariz que o fez sangrar contra a Universidad Católica quase não foi um problema. Na vitória por 1 a 0, o camisa 8 foi um dos destaques e brinca sobre ter “feito um gol”, ao tirar em cima da linha a cabeçada de Valencia que empataria o jogo.

– Ela ia entrar com certeza e eu estava focado no rebote do goleiro. Quando o cara cabeceou, fiquei na cobertura. Fui muito feliz, li bem para estar no lugar certo e na hora certa. Isto acabou sendo primordial para o resultado. Na hora não comemorei tanto, porque já veio o escanteio, mas depois comemorei como se fosse um gol, porque foi quase a mesma coisa – celebrou.

Zé Rafael tem sangramento no nariz durante Universidad Católica x Palmeiras — Foto: Staff Images/Conmebol

Zé Rafael tem sangramento no nariz durante Universidad Católica x Palmeiras — Foto: Staff Images/Conmebol

Zé Rafael tem formado a dupla de volantes com Danilo, cria das categorias de base do Verdão. Com estilos diferentes, um busca completar o jogo do outro, tendo duas tarefas muito bem definidas: proteger a defesa e municiar a dupla de meias Gustavo Scarpa e Raphael Veiga.

– O Danilo é mais de passe, até teoricamente marca mais do que eu, e eu já sou mais um meia do que volante. Saio mais para o jogo, conduzo um pouco mais a bola na transição, e marco de uma maneira boa, também. Nosso trabalho agora é praticamente fazer os meninos jogarem na frente, municiar sempre o Scarpa e o Veiga para eles fazerem o time jogar. Temos conseguido fazer isso com muita dinâmica, o time tem feito boas partidas – analisou.

A boa fase de Zé Rafael coincide com a arrancada do Palmeiras, que saiu na frente nas oitavas de final da Libertadores ao vencer a Universidad Católica no Chile e lidera o Brasileirão, com cinco triunfos consecutivos.

Mas o time também viveu sua turbulência depois dos três vices consecutivos, da Recopa Sul-Americana, Supercopa e Paulistão, e da eliminação para o CRB, na Copa do Brasil. Apesar das críticas pela falta de desempenho na época, a diretoria deu sequência ao trabalho de Abel Ferreira. Segundo o meio-campista, o calendário atropelado influenciou nesta sequência.

– Nossa equipe não teve o encaixe antes justamente pela virada. A Supercopa e Recopa trouxeram um peso muito grande, perdemos as duas partidas nos pênaltis, fizemos duas grandes finais e perdemos na fatalidade dos pênaltis, o que é normal, mas trouxe um desgaste grande para nós, para a torcida, todo mundo. É normal sentir isso, isto acarretou na final do Paulista, depois na nossa eliminação da Copa do Brasil e agora a gente conseguiu se recuperar dos tombos e estamos nos reerguendo. Temos de manter a força para seguir alto nível e buscar pelo menos mais um título para a temporada – resumiu.

Zé Rafael e Danilo, meio-campistas do Palmeiras  — Foto: Cesar Greco

Zé Rafael e Danilo, meio-campistas do Palmeiras — Foto: Cesar Greco

A Libertadores e o Brasileirão são as duas taças que o Palmeiras ainda pode levantar neste ano. Embora repetir o título da competição continental seja sedutor, Zé Rafael tem no campeonato nacional o seu grande sonho, pois é o que falta no currículo pelo clube em que disputou 126 partidas, fez 14 gols e já venceu Paulista, Libertadores e Copa do Brasil.

– Eu quero muito ser campeão brasileiro este ano. A Libertadores seria com certeza excelente se a gente conseguisse ser campeão de novo, mas o Brasileiro talvez seja uma meta especial porque não conquistei aqui. Ainda falta ele, e seria bem legal ter durante minha passagem pelo Palmeiras praticamente todos os títulos possíveis que o clube disputa. A Libertadores é nossa obsessão, mas o Brasileiro, também, é um excelente campeonato, um grande título e para mim é um troféu, um prêmio que eu gostaria muito de ganhar – definiu.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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