Diário de São Paulo
Siga-nos

Presidente da Associação Médica de Tóquio lamenta decisão de ter público nas Olimpíadas

O presidente da Associação Médica de Tóquio, Haruo Ozaki, lamentou a decisão do Comitê Organizador das Olimpíadas e do Governo Japonês de liberar público no

TOQUIO
TOQUIO

Redação Publicado em 22/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h25


Haruo Ozaki faz alerta sobre crescimento dos novos casos em Tóquio e diz que escolha por ter público foi incompreensível

O presidente da Associação Médica de Tóquio, Haruo Ozaki, lamentou a decisão do Comitê Organizador das Olimpíadas e do Governo Japonês de liberar público no evento, que tem início no dia 23 de julho. Ainda que o limite seja de 10.000 pessoas em cada estádio, o médico disse ser incompreensível a decisão:

– Em comparação com outros municípios, o estado das infecções em Tóquio não melhorou. Se realizarmos as Olimpíadas daqui a um mês neste estado e aumentássemos o fluxo de pessoas, o número de infectados subir, e uma carga excessiva será colocada no sistema médico – alertou.

A Associação Médica de Tóquio, junto com outras associações médicas na capital, assinou e apresentou uma declaração por escrito ao Comitê Organizador de Tóquio e outras partes relacionadas, solicitando que considerem o cancelamento dos jogos ou a realização deles sem espectadores.

Os números de novas infecções em Tóquio está na casa de 370 por dia, quase a metade do que se via no último mês. Na última semana, porém, o número de novos casos começou a subir novamente, ainda que de forma tímida.

Yuriko Koike, governadora de Tóquio — Foto: Getty Images

Yuriko Koike, governadora de Tóquio — Foto: Getty Images

Ozaki também diz que não pode aceitar a contradição de emitir repetidamente restrições e pedir ao público que se abstenha de vários hábitos para conter o fluxo de pessoas, quando os jogos exatamente aumentarão o fluxo de pessoas de todo o país para Tóquio.

– Originalmente, havia dúvidas se os jogos poderiam ser realizados. Então, por que de repente deixamos de lado a opção de realizar os jogos sem espectadores e falamos em deixar 10.000 pessoas nos locais? Levando adiante a premissa de que os jogos acontecerão de qualquer maneira, a motivação do público para praticar o autocontrole será perdida e a situação ficará fora de controle – disse.

– Muitos hospitais e clínicas não têm energia ou tempo de sobra devido às vacinações e outras tarefas, e se o número de pessoas infectadas aumentar, isso terá um grande efeito no progresso da vacinação. O governo diz que quer terminar todas as vacinações até o outono, mas então por que vai avançar com algo que funcione contra as contra-medidas contra a infecção só porque estamos nas Olimpíadas?” – concluiu.

As Olimpíadas de Tóquio estavam originalmente marcadas para 2020, mas foram adiadas por conta da pandemia. A data da cerimônia de abertura será dia 23 de julho.

.

.

.

Fontes: Ge – Globo Esporte.

Compartilhe