O Bellator montou um Grand Prix com os melhores pesos-penas de seu elenco para ver se algum deles conseguia parar Patrício Pitbull. Três fases depois, ninguém ainda encontrou a resposta para o atual campeão dos penas (até 65,8kg) e dos leves (até 70,3kg). O lutador potiguar despachou Juan Archuleta, Pedro Carvalho e Emmanuel Sanchez a caminho da final do torneio, que premia seu vencedor com US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões na cotação atual).

Só resta mais um obstáculo: o americano AJ McKee Jr. O “Mercenário” tem apenas 25 anos de idade, mas já reúne um cartel invejável de 17 vitórias e nenhuma derrota. Ele encerrou todas suas lutas no GP antes da decisão dos juízes, sendo duas vezes no primeiro round (nocaute e finalização) e uma no terceiro (finalização). Na sexta-feira passada, os dois finalistas fizeram uma encarada quente após Patrício vencer Emmanuel Sanchez na semifinal.

Apesar das provocações, Pitbull encheu o futuro adversário de elogios e admitiu que espera uma luta mais dura contra ele.

– A organização já nos colocou em chaves diferentes imaginando que essa seria a final perfeita, e foi isso que aconteceu. A expectativa é muito boa. A primeira luta dele foi pelo Bellator e está até então invicto. Bateu em alguns nomes bons, tem boas finalizações e nocautes. Ele é um cara bem expressivo, tem muitas vitórias surpreendentes. É levar ele a um caminho que não está acostumado a ir. Levar para uma luta de cinco rounds. Ele está acostumado a entrar e acabar logo. As lutas dele que passaram do primeiro (round) acabaram ficando monótonas. Uma luta de competição de cinco rounds é bem diferente. O treinamento vai ser mais desgastante, ele vai ter uma perda de peso mais significativa, que não tem uma libra de tolerância. Ele vai entrar em uma área bem difícil para ele. Estou acostumado com isso. Vamos representar o Brasil, defender esse título e vencer o GP, se Deus quiser – afirmou Patrício em entrevista por telefone ao Combate.com.

Na encarada no cage, o potiguar disse a McKee que poderia enfrentá-lo ali mesmo. Na realidade, porém, ainda aguarda um exame de um desconforto no joelho, sofrido durante a preparação para a semifinal, para ser liberado a lutar de novo. Segundo ele, o plano da organização é que a final seja disputada ainda no primeiro semestre de 2021.

Fora o pequeno desconforto oriundo dos treinos, nada incomoda Patrício. Ele saiu ileso dos 3m35s de luta contra Emmanuel Sanchez, de quem praticamente só recebeu chutes na perna. Na primeira oportunidade que teve, o potiguar acertou uma mão esquerda que levou o americano ao chão e agarrou o pescoço numa guilhotina que finalizou a luta.

– Correu tudo dentro da estratégia que nós traçamos no treinamento. Peguei ele no momento exato que a gente queria pegar, na hora que ele dá aquela telegrafada no chute de esquerda. Jogou a direita de finta e caminhou para dar o chute na minha costela ou cabeça com a perna da frente. Nesse movimento, ele expõe um pouco o queixo e eu aproveitei o momento. Tudo certo dentro da estratégia, acabamos a luta no primeiro round. Não adquirimos nenhuma nova lesão no combate e passamos à final enxutos.

Patrício Pitbull encaixa a guilhotina e ajusta a posição para finalizar Emmanuel Sanchez no Bellator 255 — Foto: divulgação

Patrício Pitbull encaixa a guilhotina e ajusta a posição para finalizar Emmanuel Sanchez no Bellator 255 — Foto: divulgação

A dominância de Pitbull no Bellator, especialmente no GP, vem progressivamente conquistando os fãs e diminuindo o número de pessoas que dizem que ele precisava lutar no UFC para se provar. O campeão de duas categorias vê a organização crescendo e espera que, com esse crescimento, o reconhecimento de seu trabalho aumente junto.

– As vitórias têm repercutido bem para as pessoas agora entenderem que o MMA não é só feito de UFC. Tem grandes nomes em outras organizações, e não é qual organização você luta, é o quão bom você é, não importa onde você está. Apesar de eu achar que a plataforma do Bellator é muito melhor que a do UFC, teremos tempo para provar isso. A Showtime (canal de TV a cabo) entrou na jogada agora nos EUA e dá pra ver a diferença. Os caras aumentaram a publicidade, está um negócio bem mais profissional. Os caras estão acostumados com o boxe, promovem lutas de boxe importantes, e o Bellator está tomando o mesmo caminho. É só confiar e esperar, que teremos grandes coisas acontecendo dentro da organização e estou feliz de fazer parte disso – finalizou.

.

.

.

Fonte: GE – Globo Esporte.