Opinião: Serena Williams nunca será a melhor da história

Eleger a americana a melhor de todos os tempos é ignorar o passado glorioso do tênis feminino

Serena ainda está a um grand slam de igualar o recorde de 24 troféus da australiana Margaret Court. Isso por si só já deveria ser o suficiente para questionar a coroa que insistem em dar para a mais nova das irmãs Williams. Então, se ela não é nem a maior vencedora dos maiores títulos do tênis, como alça-la ao posto de número um da história?

Mas não é só isso, Serena não é a primeira em nenhum dos principais “critérios” para definir as melhores. A alemã Steffi Graf é a tenista que ficou mais tempo como líder do ranking: 377 semanas. Nesse quesito, Serena é a terceira, com 319. Ela também está atrás de Martina Navratilova, que tem 332 semanas na liderança e é a número um no número de títulos de nível WTA, com 167 na carreira. Serena no momento está com 73.

Certamente Serena Williams está entre as melhores, alcançou esse posto com um tênis agressivo, que consegue sustentar mesmo perto dos seus 40 anos. Mas é preciso lembrar de outras tenistas que tinham estilos semelhantes, como a detentora do recorde de Grand Slams, Margaret Court. A australiana inclusive detém outro objetivo da americana, que é conquistar um slam depois de ter seu primeiro filho. Na verdade, Court ganhou três na temporada seguinte, em 1973: Australian Open, Austrália, Roland Garros e US Open.

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Dar o posto de rainha para a americana, como diz no cordão em seu pescoço, é esquecer que a monarquia do tênis já tem outras figuras ilustres, como Billie Jean King. Se ela não tem os números da mais nova das irmãs Williams, King foi uma das criadoras da WTA, instituição com o intuito de defender o interesse das jogadoras e é uma das principais responsáveis pela profissionalização do tênis feminino na busca por premiações iguais para homens e mulheres no esporte.

Aos 39 anos parece difícil que Serena consiga superar todos esses recordes para pleitear, sem dúvidas, o posto de melhor de todos os tempos. Principalmente agora com a chegada de Naomi Osaka no circuito. A japonesa é a favorita para conquistar seu quarto grand slam depois de tirar Serena da briga na semifinal do Australian Open e tem tudo para continuar frustrando os planos da americana nos próximos campeonatos.