Há um murmurinho ruidoso no ar, uma inquietação palpável, aquela ansiedade que em alguns dias abre o apetite, em outros tira a fome. No Brasil, às vésperas
Redação Publicado em 01/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h40
Há um murmurinho ruidoso no ar, uma inquietação palpável, aquela ansiedade que em alguns dias abre o apetite, em outros tira a fome. No Brasil, às vésperas das Eleições, é claro que essa é uma referência explícita ao segundo turno. Do Brasileirão, naturalmente.
Sabe aquele clima grudento de verão depois de uma chuva que caiu bem na hora do almoço só pra deixar tudo abafado, com cheirosos xaroposos parados onde estão? Essa já foi a atmosfera de muitas rodadas do Campeonato Brasileiro, é preciso dizer. Os campeonatos de 2007 e 2013, pra ficar só em dois exemplos, foram assim.
Foram tempos de vantagens sonolentas, com rodadas à base de muito café requentado. Em 2007, o São Paulo, que seria o campeão, já tinha 16 pontos de vantagem sobre o quinto colocado Fluminense nessa mesma 27ª rodada.
Em 2013, outro bocejo longo: o Cruzeiro tinha 59 pontos nessa rodada, 11 a mais que o segundo-colocado Grêmio e desinteressantes 20 (!) a mais que o quinto Atlético-PR.
Foi-se o tempo da sonequinha de domingo às quatro horas da tarde, à espera das Videocassetadas do Faustão. Foice nas vantagens inalcançáveis que chegaram a colocar sob ameaça o próprio formato de pontos corridos (amor eterno, amor verdadeiro) e colocaram em discussão (quase) a sério o retorno do mata-mata.
Mas esse é outro debate, depois a gente troca ofensas, digo, ideias sobre o bom e velho Pontos Corridos vs Mata-Mata.
Depois, porque agora, erros (bizarros e em profusão) de arbitragem à parte, é preciso encher os pulmões para dizer com satisfação que nunca antes na história do Brasileirão de pontos corridos com 20 clubes, como é o formato atual, a disputa foi tão apertada nas duas pontas da tabela.
O Brasileirão 2018 é um daqueles dias deliciosos de outono quando o sol queima forte e o vento sopra frio, quando é verão na luz e inverno na sombra, como escreveu Charles Dickens (sobre dias de março, eu sei). Desencontro histórico lamentável, o grande escritor inglês morreu antes do futebol poder se tornar um dos temas da sua pena.
Dickens morreu antes (148 anos antes, no caso) de ver um Brasileirão com apenas quatro pontos entre o líder e o quinto colocado. Isso aconteceu apenas uma vez nesta mesma 27ª rodada – foi em 2008. Naquele ano, Palmeiras e Grêmio dividiam a ponta com 50 pontos, seguidos por Cruzeiro, Flamengo e São Paulo, que tinham 46 pontos. O São Paulo seria o campeão daquele ano.
A diferença é que naquele 2008 o Z-4 preocupava poucas equipes, o rebaixamento estava mais encaminhado, por assim dizer. Diferente do que acontece agora, em que o 11º e o 17º colocados estão separados por apenas quatro pontos. A mesma distância que separa os cinco líderes.
Em 2007, o título do São Paulo foi encaminhado com muita antecedência, mas a briga lá embaixo foi das melhores. Naquele ano, o 10º colocado internacional tinha só três pontos a mais que o 17º, o Corinthians (que terminaria o torneio ali mesmo). Em 2013 e 2017, também havia entre o décimo e o 17º apenas quatro pontos.
Quatro pontinhos. Quatro é um número composto. Altamente composto, diga-se. Número defectivo, um número Smith, número Harshad. De tudo isso, só interessa (à nossa analogia) saber que Harshad vem do sânscrito e significa alegria.
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