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Judoca de Guarujá é convocada para treinar com a Seleção Brasileira Paralímpica

A Baixada Santista terá uma representante nos próximos treinamentos da Seleção Brasileira paralímpica de judô. Giulia dos Santos Pereira, de 21 anos, foi

Judoca
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Redação Publicado em 03/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h48


Três dias após levantar a taça da Libertadores e de olho no Mundial, paulistas ficam na sexta posição com o 1 a 1. Time alvinegro continua na última posição e pode ter rebaixamento decretado na próxima rodada

A Baixada Santista terá uma representante nos próximos treinamentos da Seleção Brasileira paralímpica de judô. Giulia dos Santos Pereira, de 21 anos, foi selecionada para fazer parte do grupo entre os dias 19 e 28 de fevereiro, no Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo.

Esta convocação é um passo para a atleta da classe B1 (para cegos “totais”), categoria até 48 kg, conquistar a vaga nas Paralimpíadas de Tóquio, que está prevista para agosto deste ano.

– É muito gratificante receber essa convocação depois de quase um ano de pandemia, um momento difícil que a gente vive, que a gente precisou se reinventar. A gente não estava preparada para isso – disse Giulia.

A judoca de Guarujá destacou que, durante o período das atividades suspensas, usou a tecnologia a seu favor.

– Os técnicos da seleção encaminhavam os treinos para a gente fazer em casa e, alguns treinos on-line, eu fiz em conjunto com outros países, com atletas da Argentina e de Portugal, por exemplo – destacou.

De acordo com o calendário da modalidade, ainda haverá mais duas competições até o fechamento do ranking, que definirá os atletas que seguirão para os Jogos Paralímpicos, mas se depender de seu técnico, ela não vai ficar de fora.

– A Giulia é um presente de Deus. É sempre muito dedicada e empenhada nos treinos presenciais e on-line. Ela presta atenção em nossas orientações, assimila rapidamente os ensinamentos e está sempre procurando melhorar – afirmou Pedro Neri, treinador do CIR.

Trajetória

O desafio de conquistar uma vaga nas Paralimpíadas de Tóquio não é o primeiro que Giulia enfrenta na vida. Deficiente visual desde bebê, Giulia nasceu de cinco meses de gestação, passou mais quatro meses na incubadora e passou por inúmeras cirurgias. A má formação no globo ocular fez com que ela tenha apenas 10% da visão no olho direito e seja completamente cega do olho esquerdo.

Giulia ainda perdeu a mãe aos 11 anos de idade, mas com o incentivo do pai, que aconselhou a judoca a praticar um esporte, Giulia começou a treinar judô alguns meses depois.

– Sempre recebi muito apoio da minha família e isso é essencial para o atleta. Meu pai sempre se desdobrou para eu participar das competições e sempre contei também com a ajuda de minha irmã Luiza, de 17 anos, que também pratica judô – disse.

Aos 13 anos, ela começou a competir e, em 2016, já estava na Seleção Brasileira de base, representando o país e ganhando a medalha de prata no Pan-Americano de Jovens em São Paulo. No Parapan de 2019, realizado em Lima, no Peru, ela conquistou ouro. Foi a primeira das 11 medalhas brasileiras nos Jogos, lutando em uma categoria acima (até 52 quilos).

– É um título muito importante para mim e representou muito, porque subir no lugar mais alto do pódio e ouvir o hino do Brasil é muito emocionante e gratificante. Naquele momento, pude ver minha mãe dizendo que eu chegaria onde eu quisesse – finalizou.

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Fonte: GE – Globo Esporte.
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