Diário de São Paulo
Siga-nos

Grupo de paraquedistas de Boituva quebra recorde brasileiro e sul-americano

Boituva é nacional e internacionalmente conhecida por ter uma das maiores e mais importantes áreas de paraquedismo do país e da América Latina, contando com o

Grupo de paraquedistas de Boituva quebra recorde  brasileiro e sul-americano
Grupo de paraquedistas de Boituva quebra recorde brasileiro e sul-americano

Redação Publicado em 05/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h40


Paraquedistas de Boituva quebraram recorde brasileiro e sul-americano de salto de formação de cabeça para baixo.

Boituva é nacional e internacionalmente conhecida por ter uma das maiores e mais importantes áreas de paraquedismo do país e da América Latina, contando com o Centro Nacional de Paraquedismo (CNP).

O local já foi palco para a realização de diversos eventos e campeonatos de paraquedismo, incluindo um mundial, além de também ser o lugar onde já foram quebrados diversos recordes nacionais e internacionais, o que ressalta sua importância para o esporte.

O último recorde quebrado aconteceu no dia 30 de junho deste ano, na modalidade Head Down (de ponta cabeça) com 30 pessoas voando e se conectando em queda livre simultaneamente. O recorde brasileiro anterior era de 21 pessoas e o sul-americano – da mesma modalidade – de 28. O Head Down é uma modalidade comparada à Fórmula 1 do paraquedismo. É um voo literalmente de cabeça para baixo, ao contrário do voo de barriga, ou seja, o atleta fica na posição vertical, enquanto o de barriga fica na horizontal.

Essa posição traz muito mais velocidade e dificuldades de estabilidade, com o salto podendo chegar a uma velocidade aproximada de 400km/h, enquanto um de barriga pode chegar a “apenas” 250km/h.

Paulo Pires é integrante do time chamado FlyOn Freefly Team, que tem como objetivo preparar atletas para que eles possam participar de eventos e recordes dentro do paraquedismo na modalidade Freefly. Paulo tem 43 anos, salta de paraquedas há 14 anos e tem mais de 6.500 saltos contabilizados durante sua carreira, além de participações em quebras de recordes nacionais e internacionais, como atleta e como organizador.

Em 2015 foi criado um programa de treinamento chamado ‘vertical training’ com o objetivo de treinar e capacitar atletas colaborando com a renovação do esporte e, consequentemente, possibilitando a quebra de recordes dentro da modalidade. Em 2016 foi estabelecido o primeiro recorde sul-americano de Head Down e com o decorrer do tempo Paulo foi agregando pessoas experientes ao seu lado, criando assim, um grupo de organizadores dos recordes da modalidade freefly. Além de Paulo, o grupo é composto por Jean Agostinho, Vitor Cruz, Humberto Nogueira e Davi Costa, todos brasileiros com experiência em eventos e recordes nacionais e internacionais.

O primeiro recorde sul-americano foi um marco na história, pois reuniu pela primeira vez paraquedistas de toda a América do Sul, incentivando atletas de diversas nacionalidades a treinar e realizar recordes em seus respectivos países. Após a realização do recorde sul-americano, alguns países como Chile, Argentina e Paraguai estabeleceram seus recordes próprios nacionais, o que deixa claro a importância da união dos atletas sul-americanos.

“Daí pra frente a gente começou a organizar os recordes brasileiros e sul-americanos. Nosso grupo treina e prepara os atletas para os recordes. Nós temos um programa de treinamento chamado Vertical Training, que traduzido para o português seria treinamento vertical e que é realizado uma vez por mês treinando os atletas para os recordes”, explica Paulo.

No treinamento é ensinado desde a forma de sair do avião, até a forma de aproximação da formação. “Ensinamos como o atleta tem que se posicionar em queda livre, como ele se prepara pra fazer o gripe, que é quando você pega na mão do seu amigo, e é o que caracteriza o recorde, já que para ser validado tem que haver um toque simultâneo de todas as pessoas que estão na formação. Isso é pré-determinado por um juiz e a gente tem que confirmar isso através de uma foto ou de um vídeo do câmera oficial do evento”, ressalta.

Para o futuro, o grupo pretende quebrar o recorde sul-americano no ano que vem. “Esse ano nós estaríamos organizando um recorde sul-americano, mas por questões da pandemia, fronteira fechada, a gente decidiu postergar e fazer um brasileiro entendendo que a gente tinha pessoas qualificadas pra isso e para o próximo ano será o recorde sul-americano. Pela quantidade de brasileiros treinados e pelo sucesso do último recorde Brasileiro realizado recentemente, nós estimamos fazer um recorde de 50 pessoas”.

O paraquedismo já foi tido como um esporte individual, mas, com o crescimento do esporte, principalmente no Brasil, e com a qualificação dos coachs e organizadores de eventos, tem se tornado um esporte mais coletivo.

Os recordes internacionais, como o Sul-americano necessitam de dois juízes de nível mundial e integrantes do comitê de arbitragem da FAI (Federação Aeronáutica Internacional) – essa avaliação pode ser feita por dois árbitros on-line e um juiz nacional, integrante do comitê de arbitragem da FAI in loco.

foto/crédito: @MandjaFreefly

Compartilhe  

últimas notícias