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Entenda por que Willian, alvo do Corinthians, vai deixar o Arsenal

Com uma proposta do Corinthians em mãos, Willian vai deixar o Arsenal nos próximos dias. O destino ainda não está definido, mas, desde o ano passado, já havia

CORINTHIANS
CORINTHIANS

Redação Publicado em 27/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h05


Decepção (dos dois lados) marca passagem pelo clube inglês; especialistas analisam

Com uma proposta do Corinthians em mãos, Willian vai deixar o Arsenal nos próximos dias. O destino ainda não está definido, mas, desde o ano passado, já havia sido sinalizado pelo próprio jogador que o futuro não seria no time londrino. Há algum tempo, não há mais sinergia entre as partes.

Há no estafe de Willian, de 33 anos, quem explique que houve uma enorme decepção por parte do jogador em relação à realidade do clube – depois de ter sido apresentado a um projeto ambicioso e assinar contrato por três anos.

Teria sido vendida a Willian a promessa de que o primeiro ano seria para formar um grande time e conquistar a tão sonhada vaga à Liga dos Campeões. A partir do segundo ano, a meta já seria buscar títulos. Na prática, o time seguiu distante de rivais como Chelsea e Manchester City.

Decepcionado, o meia-atacante sinalizou ao coordenador técnico Edu Gaspar e ao técnico Mikel Arteta que não gostaria de seguir. O Arsenal, por sua vez, viu aí uma oportunidade para se livrar de um salário alto e, automaticamente, Willian foi tirado dos planos de Arteta.

Ao todo, foram 37 partidas com a camisa do Arsenal e um gol marcado por Willian na temporada passada. Embora tenha passado longe de sofrer com lesões na carreira, teve alguns problemas musculares simples no começo da trajetória, piorando a adaptação.

De 2013 a 2020, Willian disputou 89% dos jogos do Chelsea. No Arsenal, só em uma temporada perdeu cinco jogos por problemas físicos. Dois por edema na coxa, dois por lesão na panturrilha e um por gripe.

Afinal, se no Chelsea já era conhecido pelo departamento médico e todos no clube e voltava rapidamente a jogar após lesões leves, no Arsenal os procedimentos, naturalmente, eram outros. Uma passagem frustrante para todos os lados envolvidos.

E o futuro?

Se quiser jogar no Corinthians, Willian precisa apressar a negociação para que seja concluída até segunda-feira, dia que marca o fim da janela de transferências internacionais no Brasil. No mais, deve permanecer no circuito europeu.

Willian se vê com capacidade ainda para atuar em grandes clubes do Velho Continente. Que não necessariamente disputem a Liga dos Campões, mas que sejam de projeção internacional. Está praticamente descartado um clube médio ou pequeno.

Atualmente, Willian tem treinado no Arsenal. Ele se recuperou em uma semana de um quadro de coronavírus, já que seu segundo exame logo apresentou resultado negativo.

Willian não faz mais parte dos planos do técnico Mikel Arteta — Foto: Rui Vieira/Reuters

Willian não faz mais parte dos planos do técnico Mikel Arteta — Foto: Rui Vieira/Reuters

Especialistas

Veja a opinião do comentarista Paulo Vinícius Coelho:

“Acho que o Arsenal não ajudou. Fase muito ruim. Também dificuldade de adaptação ao sistema do Arteta, que gosta de pontas jovens e velozes. Mas até a temporada anterior, vinha muito bem. Acho que pode ajudar, se vier para o Corinthians.”

O comentarista Alexandre Lozetti também opinou sobre Willian:

“O Arsenal foi o time mais instável da carreira europeia de Willian. Sempre em busca de uma identidade e com um elenco sempre despreparado para os grandes desafios. O brasileiro teve poucas oportunidades na posição em que mais se habituou a atuar, e exercendo sua função favorita. Foi escalado muitas vezes pelo lado esquerdo, enquanto os melhores momentos da carreira vieram pela direita. Aos 33 anos, ele precisava de maior sequência para não perder o movimento de drible + arrancada, tão característico de sua carreira. O fato de ter escrito uma longa história no rival londrino, o Chelsea, também não ajudou. Enfim, não ornou.”

Outro a colaborar foi o repórter Jorge Natan, que cobre futebol europeu no geConfira:

“Acredito que o pouco sucesso de Willian no Arsenal diz respeito, sim, ao desempenho do jogador, mas também à expectativa incompatível criada pela torcida. Quando contratado sem custos, há um ano, Willian já não era mais um dos principais jogadores da Premier League, embora seguisse fazendo bons jogos e sendo peça importante no elenco do Chelsea. Sem ser protagonista, teve uma temporada que agradou muito no time azul de Londres e mostrou que ainda tinha espaço para atuar em alto nível na badalada liga.

Porém, ao ver a oportunidade de contratação, o Arsenal depositou uma expectativa excessiva sobre o brasileiro. Muitos acreditavam que ele poderia ter peso para modificar a realidade de um time que vinha acumulando fracassos – o que, naturalmente, era responsabilidade demais para um jogador acima dos 30 anos e que nunca foi exatamente o grande protagonista do Chelsea. Até mesmo o alto salário contribuiu para uma cobrança além do normal.

Quando a realidade do clube foi batendo à porta ao longo da temporada, com uma péssima campanha no Campeonato Inglês, Willian foi um dos que “pagou o pato”. Perdeu espaço, deixou de ter o status de titular absoluto que tinha desde o início da temporada e terminou 2020/21 com oito jogos sem sair do banco de reservas – sendo titular somente 21 vezes, bem menos que em sua saideira no Chelsea, quando jogou 38 partidas de início.”

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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