Um ano e seis meses. Esse é o longo período em que Elaine Gomes e a seleção brasileira ficaram separadas. E a ruptura foi drástica. Em novembro de 2019, quando a seleção brasileira chegava para disputar o Mundial feminino de handebol no Japão. A pivô campeã do mundo em 2013 jogaria pela segunda vez a competição. Mas foi envolvida em um escândalo de doping junto com todas as outras jogadoras de seu time na Romênia. Desde então, ela passaria por um polêmico processo de julgamento, punição e suspensão pelo uso de uma terapia a laser no sangue. Elaine perderia, assim, as Olimpíadas, mas elas foram adiadas para 2021. Tempo suficiente para a cearense voltar a jogar por um clube, na Espanha, e agora retornar à seleção do Brasil.
– E o grupo é muito massa. O objetivo que temos é muito grande. O sonho da medalha olímpica está mais vivo do que nunca. Até porque eu assisto o máximo que posso os jogos das meninas. Algumas jogam Champions League e muitas estão se destacando nas suas Ligas. Então estar jogando com elas é bom demais. Tenho me preparado para esse momento há muito tempo, confesso – afirma Elaine ao ge.
A seleção brasileira passou um período de uma semana em Rio Maior, em Portugal, no centro de treinamento que serviu de base para a Missão Europa, organizada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), no ano passado. E como as restrições para quem viaja do Brasil para a Europa estavam rígidas, umas das pivôs convocadas não pode se encontrar com a seleção. Outra se contundiu. Então Elaine foi convocada a se reunir com a equipe nacional depois de mais de 18 meses de ausência.
– Nessa fase de treinamento eu não estaria com a seleção porque seria a fase de novembro, que não aconteceu. E eu não estava na convocação. Fui convocada de última hora. Quando recebi a ligação do meu supervisor, fiquei triste pela minha companheira de seleção mas ao mesmo tempo com muita gratidão e muito feliz por poder encontrar a seleção depois de tanto tempo. Meu coração parou. Uma mistura de sentimentos e sensações – explica Elaine.
No total, são 18 jogadoras estiveram reunidas. E, para os Jogos Olímpicos de Tóquio, apenas 14 são chamadas. A seleção brasileira já está classificada, graças à medalha de ouro conquistada no Pan de Lima, em 2019. Elaine estava lá. E agora pretende ficar até Tóquio.
A suspensão de Elaine e das outras 15 atletas do time romeno Corona Brasov já acabou. A brasileira, que desde o início do ano defende o espanhol Granollers, vai processar o clube da Romênia, que levou todo elenco a fazer de um tratamento que fez com aplicação de laser no sangue, o que é considerado doping e deixou Elaine afastada das quadras por mais de um ano.