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Diego Tardelli recebe a camisa 99 e espera dar fim a “história mal resolvida” no Santos

O atacante Diego Tardelli foi apresentado, nesta sexta-feira como novo reforço pelo Santos. Ele recebeu a camisa 99 do executivo de futebol André Mazzuco. O

SANTOS
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Redação Publicado em 27/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h49


O atacante Diego Tardelli foi apresentado, nesta sexta-feira como novo reforço pelo Santos. Ele recebeu a camisa 99 do executivo de futebol André Mazzuco. O contrato é até o final desta temporada, com possibilidade de prorrogação para o término do Campeonato Paulista de 2022.

Logo na chegada, o jogador destacou que espera dar fim a uma história mal resolvida com o clube. Ele atuava nas categorias de base em 2000, mas acabou dispensado após tentar roubar um achocolatado do refeitório.

– É uma honra vestir essa camiseta. É um privilégio muito grande. Vários ídolos passaram por aqui. E poder dar continuidade na minha história que ficou para trás. Uma história mal resolvida desde 2000, e agora ter a oportunidade de vestir a camiseta do Santos. Chego muito motivado, feliz. Espero honrar da melhor maneira possível. Fazer gols e ganhar títulos, que sempre foi meu objetivo, e ganhei muitos durante minha carreira – disse Tardelli.

Ainda sobre o episódio que resultou na dispensa pelo Santos, há mais de 20 anos, o atacante disse ter lamentado o desfecho. Ainda mais depois que acompanhou ex-companheiros de clube serem campeões brasileiros em 2002.

– Eu estava pronto para aquela geração de 2002 que foi campeã brasileira. E por um descuido, uma brincadeira, coisa de criança de 15 anos. Teve esse episódio do achocolatado, que ficou marcado na época, foi engraçado. Mas, infelizmente, o prejudicado maior foi eu. Fiquei triste depois porque eu vi que a maioria dos jogadores com quem trabalhei em 2000, em 2002 serem campeões brasileiros. Eu poderia fazer parte daquele time. Mas quis o destino que me trouxesse para cá novamente para dar seguimento a essa minha história no Santos – comentou o jogador.

De acordo com o atleta, a expectativa é de voltar a atuar em, no máximo duas semanas, com a estreia prevista para ocorrer entre o jogo contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, e a partida contra o Athletico, pela Copa do Brasil. Questionado sobre qual função desempenhará em campo, ele preferiu deixar a cargo do técnico Fernando Diniz.

– Tive essa conversa com o Diniz logo na minha chegada no sábado. Ele perguntou onde me sentia mais confortável para jogar. Ele conhece minha característica no campo. Sou um jogador que gosta de movimentar bastante. Apesar de jogar de 9, tenho essa facilidade de chegar de trás, de criar jogadas. Deixo isso com o Diniz. A gente vai se entendendo dentro de campo, nos treinamentos. Mas me sinto bem à vontade. Onde ele preferir, eu estando bem fisicamente, acho que não tem esse problema. Nos clubes que passei fui centroavante, ponta esquerda, ponta direita. Até de meio joguei – avaliou Diego Tardelli.

Confira outros trechos da entrevista coletiva:

Ataque reforçado e até onde chegar no Campeonato Brasileiro

– Léo (Baptistão), Marinho, com a minha chegada, a gente espera elevar mais ainda o elenco do Santos. Acredito que vai fazer uma diferença. Tenho certeza que a gente vai se ajudar muito dentro de campo. Comigo, pela minha experiência. O Léo também é um jogador experiente. Marinho está se recuperando e pode nos ajudar também. O Santos tem um grupo muito jovem. Não pude fazer um treinamento com toda equipe, mas no dia a dia dá pra sentir que é uma equipe bem jovem, que está no caminho certo. O Diniz está passando uma ideia diferente, e a gente tem que acreditar, focar, subir na tabela, que é o mais importante. O Santos precisa voltar a vencer, ter uma sequência de vitórias para dar confiança a esses jogadores, para mim que estou chegando, para o Léo. Tenho certeza que teremos sucesso até o final do Campeonato Brasileiro.

Conversa com Marinho

– Marinho é um grande amigo que tenho desde a época do Grêmio, até de antes. Antes de vir para o Santos conversei com várias pessoas. Falei com Nilmar, com Leandro Donizete, com Marinho na véspera da minha chegada. Foram só coisas positivas. Ele deu um superapoio para a minha vinda. Assim como o Diniz, que a gente teve uma ligação dois ou três dias antes da minha chegada. Marinho tem sua história aqui, é um jogador importante. É bom a gente pegar essas referências, saber mais do Santos, do momento que se encontra, dos bastidores, do grupo. O Marinho me passou e não pensei duas vezes.

Concorrência no ataque e confiança do técnico

– Diniz foi fundamental na minha vinda para cá. Esse namoro do Santos não é de agora. Fui sondado diversas vezes quando estava no Atlético-MG e na China. Com a ligação do Diniz facilitou muito. Ele me passou a ideia e a vontade de trabalhar comigo, e vice versa porque eu tinha vontade de trabalhar com ele pelos bons trabalhos que fez. Foi uma conversa muito boa e rápida. Passei minha vontade de retornar a jogar futebol no Brasil. Depois que saí do Atlético-MG estava com pensamento totalmente diferente. Quando veio o Santos e a conversa do Diniz, isso deu uma reforçada na minha vinda para cá. Admiro muito o trabalho dele. Agradeço pela oportunidade em trabalhar com ele. Espero que a gente possa ter muito sucesso aqui. Espero que ele possa voltar a vencer para ter uma tranquilidade durante o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

Passar experiência para os jogadores mais jovens

– O tempo passa, mas graças a Deus me sinto um menino assim como eles dentro de campo. Nós que somos mais experientes, vividos no futebol, só temos a agregar. Passar um pouco da nossa experiência. Eles se espelham muito na gente. Já tive contato com alguns jogadores ali, eles sempre perguntam as coisas. Legal ser essa referência, poder ter essa liderança num grupo tão jovem. Estou aqui para ajudá-los no que precisar. Podem contar comigo dentro e fora de campo. Espero ajudar da melhor maneira possível os jovens do Santos.

Diego Tardelli em treino do Santos no CT Rei Pelé — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Diego Tardelli em treino do Santos no CT Rei Pelé — Foto: Ivan Storti/Santos FC

Objetivo no Santos

– A única coisa que pensei é estar atuando. Queria voltar a jogar futebol. Tive uma saída do Atlético-MG um pouco diferente, estranha. Mas me via em plenas condições de ajudar a equipe naquele momento. Quando pintou o Santos não pensei em mais nada. Não pensei em salário, tempo de contrato, produtividade, o que for. Eu queria estar aqui para poder mostrar meu valor. Mostrar que ainda tenho condições de fazer muito no futebol. Eu sou capaz de estar definindo uma partida, fazendo os gols. Agora é deixar as coisas acontecerem. Tenho plena confiança em mim. Acredito no meu trabalho, no meu potencial. A princípio é um contrato curto, mas tenho certeza que irá se prolongar durante os jogos que passarem. Estou me preparando muito para esse momento. Eu me sinto muito motivado e espero permanecer no Santos, ganhar títulos, poder fazer meu nome aqui.

Vontade de jogar futebol e lesões

– Sou um atleta que me cuido muito. Cuido do meu corpo, da minha alimentação. Não tenho esse problema de peso. Sei que tenho 36 anos e que preciso todo dia fazer meus trabalhos, meus reforços. Infelizmente, 2020 foi um ano muito difícil com a lesão no tornozelo, quando perdi sete meses. Foi a única lesão que tive. As vezes vejo as pessoas comentando que o Tardelli é um cara que tem muita lesão e não é. É mentira. A única lesão que tive foi a do tornozelo, que foi uma “tragédia”. Não estava nos planos. E devido ao tempo parado, tive uma lesão de posterior, que é normal, e só. Mais importante é estar me cuidando. Sei até onde posso ir, sei que posso me render muito com esse meu corpo, com a minha preparação. E vamos embora! Estou fazendo de tudo para entrar em forma o mais rápido possível. Trabalho dia a dia o que tem que ser feito. E tenho certeza que vai dar muito certo. O Santos é uma equipe jovem, o que vai me ajudar mais ainda dentro de campo. Uma equipe que corre, que se movimenta muito. Tem tudo para ser uma boa ideia

Redução de salário

– No momento não pensei em nada, nem salário. Tive uma carreira brilhante e me sinto bem resolvido nesta parte. O foco era voltar a jogar em alto nível, estar numa equipe grande, de peso, de camiseta como o Santos. Por isso que não pensei duas vezes e tenho certeza que fiz a escolha certa.

Quem foi sua referência no futebol

–Tiveram vários atletas que me ajudaram muito quando cheguei. No São Paulo tinha o Rogério Ceni, o Luis Fabiano. No Atlético-MG, o Ricardinho. Nós nos espelhamos e observamos o que os mais velhos fazem para adquirir e guardar. A única coisa que posso fazer é ajudar os mais novos dentro de campo com uma conversa, um conselho no momento certo, uma brincadeira. Vai ter o momento para tudo. Não tenho perfil de ser líder dentro de campo, mas minha história é muito respeitada. A única coisa que posso falar é que a gente vai se dar super bem aqui dentro.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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