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Diego Carlos admite surpresa com convocação olímpica, vira atração em cidade natal e relembra trote

A convocação do zagueiro Diego Carlos para a seleção brasileira masculina de futebol que irá disputar as Olimpíadas de Tóquio foi uma surpresa não só para

OLIMPICA
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Redação Publicado em 26/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h00


A convocação do zagueiro Diego Carlos para a seleção brasileira masculina de futebol que irá disputar as Olimpíadas de Tóquio foi uma surpresa não só para muitos torcedores como também para o próprio jogador.

Escolhido pelo técnico André Jardine para ser um dos três atletas acima de 24 anos – junto do goleiro Santos e do lateral-direito Daniel Alves –, o zagueiro do Sevilla admitiu, em entrevista ao ge, que não esperava estar na lista e comentou a alegria pela oportunidade.

– Eu estava acompanhando a convocação como torcedor. Meu irmão gosta muito de acompanhar futebol, assiste aos canais de esporte. Eu estava na casa dos meus pais, conversando, até que pintou o nome, e a gente começou a comemorar. Eu não esperava essa convocação, estava sempre atento, mas não era uma espera do tipo “vou para as Olimpíadas, tenho a chance de ir”. Quando vi meu nome, foi uma emoção muito grande, fiquei muito feliz. Estou feliz até agora, sem palavras – disse o jogador brasileiro de 28 anos.

No ano passado, Diego Carlos já tinha vivido emoção parecida, quando foi convocado pela primeira vez pelo técnico Tite para a seleção principal. Ele esteve no grupo que enfrentou Venezuela e Uruguai pelas Eliminatórias, mas não teve oportunidade de entrar em campo.

Mesmo assim, os momentos com o grupo canarinho não saem da memória do zagueiro, que chegou a emoldurar todo o uniforme utilizado em uma das partidas.

O defensor também não esquece do trote que foi submetido pelo restante do elenco:

– O pessoal tem aquela coisa de sempre lançar uma música, cantar o hino… Fui pego de surpresa quando falaram que tinha que cantar o hino, depois de tanto tempo fora do Brasil. E você não pode sair da mesa, tem que ficar lá até cantar. A minha sorte é que cantei com o (Thiago) Galhardo, o (Guilherme) Arana, deixei eles cantarem mais do que eu – contou Diego Carlos, com bom humor.

– A gente dá uma “faiada”, não errei 100%, mas também não digo que fui correto, né? Na hora que dava uma esquecidinha, eu deixava os caras – completou o zagueiro, sobre o Hino Nacional.

Diego Carlos esteve com a seleção brasileira em jogos das Eliminatórias — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Diego Carlos esteve com a seleção brasileira em jogos das Eliminatórias — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Por conta da convocação para os Jogos de Tóquio, Diego Carlos passou a ser atração em Dois Córregos, cidade do interior de São Paulo onde cresceu e atualmente passa férias.

– Quando recebi a notícia da convocação, muitas pessoas começaram a me ligar, mandar mensagem. Muita gente foi até a minha casa para tirar foto, onde eu vou as pessoas me desejam boa sorte, dizem que estão muito feliz por eu levar o nome da cidade tão longe e ser também um representante da cidade. Sou grato ao carinho da população da minha cidade e, se Deus quiser, vamos fazer algo muito bonito – afirma o defensor.

Na entrevista que você confere abaixo, Diego Carlos fala sobre a ansiedade para a viagem ao Japão, o sonho de disputar a Copa do Catar e também o futuro no Sevilla. Confira:

ge: Como você vê o seu papel e dos outros jogadores acima de 24 anos convocados para a seleção olímpica? Há uma responsabilidade maior, de liderança perante os mais jovens?
– Primeiro eu agradeço a confiança do técnico da Seleção e também por me proporcionar isso. É uma responsabilidade grande não apenas para os que têm mais de 24 anos, mas para todos, são jogadores que jogam em alto nível, tanto no Brasil quanto na Europa, em grandes clubes. Tem três jogadores com a idade superior, é uma confiança, podem ser peças fundamentais para o grupo. Fico feliz de poder representar nas Olimpíadas, a primeira da minha vida, minha segunda convocação para a seleção brasileira, sendo também uma referência pela idade acima. Eu não vejo uma responsabilidade imensa em nós três, é uma responsabilidade para o grupo, pois todos atuam em alto nível e em bons clubes, todos têm que estar preparados, sem depender desses três jogadores. A gente pode estar ali e conversar, passar algo que a gente viveu e vem vivendo, claro que sim, mas precisa estar bem claro que somente todos juntos poderemos fazer história.

Você já teve alguma conversa com o André Jardine?
– Depois da convocação ele me ligou, eu conversei um pouco com ele, é claro que a gente não chegou em detalhes de preparação, mas entrou naquele papo legal, ele me deu parabéns, falou da oportunidade maravilhosa, e me agradeceu. Eu também agradeci pela convocação, foi um papo bem legal, até a gente se apresentar, conversar, se entender melhor e eu conhecer o trabalho do Jardine melhor.

Muitos jogadores enfrentaram dificuldades para serem liberados pelos clubes para disputarem as Olimpíadas. Como foi no seu caso com o Sevilla?
– Com o Sevilla foi bem tranquilo, eles receberam um correio eletrônico e chamadas da convocação, o pessoal me ligou e explicou da convocação, ficaram felizes e me deram parabéns. O clube se sente orgulhoso de mim, por estar representando meu país. Não teve nada de bloquear ou querer cancelar, só me deram os parabéns pela convocação. Me senti muito feliz também pela confiança que o clube me proporcionou e espero fazer algo bonito lá para representar também o Sevilla.

Acredita que a sua passagem pela seleção principal foi um diferencial para ser lembrado pelo Jardine?
– Acredito que sim, é difícil chegar na seleção principal, não é para todos jogadores, você precisa estar em alto nível, muito bem. Acredito que o meu trabalho, meu esforço e o foco que eu venho tendo me abriu portas nas seleção principal e nas Olimpíadas. Acredito que eles devem se comunicar, eles devem se falar entre eles, acredito que lá de cima devem ter passado algo bom de mim. Eu fico feliz por isso, estou aqui fazendo o meu melhor, me esforçando o máximo possível para jogar em ambas. Hoje tenho a oportunidade de jogar as Olimpíadas, mas me dedico no meu clube almejando a seleção principal.

Dá para dizer que você esperava mais uma convocação para a Copa América do que para as Olimpíadas?
– A gente acompanhou a convocação para a Copa América, até a segunda (lista), depois daquela pequena mudança que teve. É claro, a gente estava com uma expectativa maior pela Copa América, por eu já ter ido para a seleção principal, mas não perdemos a expectativa pelas Olimpíadas, porque poderiam ir três jogadores acima da idade. Até o momento da convocação, não imaginava que seria eu. Depois que eu soube, foi a mesma alegria de estar na principal, quero representar o meu país, independente da categoria.

Está ansioso para os Jogos de Tóquio?
– Demais, cara, demais. Levanto todo dia 5h da manhã, e minha mulher fala: “o que está acontecendo?”. Não sai da cabeça! Falta pouco!

A disputa das Olimpíadas pode te ajudar a garantir uma vaga na Copa do Catar?
– 
Acredito que sim, não só as Olimpíadas, mas também o clube em que eu jogo. Acredito que para estar na seleção principal você precisa estar em alto rendimento, não é só jogando as Olimpíadas. Estou muito feliz com meu desempenho, com tudo o que venho conquistando, mas uma coisa eu tenho bem claro comigo: tenho sempre que fazer algo a mais, trabalhar, fazer o melhor possível, não posso deixar a peteca cair. E em ambas as partes: nas Olimpíadas, se eu vier a jogar, e no meu clube, onde venho atuando. Acredito que, se tiver uma boa performance, vai se abrir uma porta na seleção principal.

Falando em clube, como está sua situação contratual com o Sevilla?
–Eu ando ainda conversando com o Monchi, diretor do Sevilla, a gente está num papo legal, está para acontecer a renovação. Está andando muito bem, estou feliz no Sevilla, um clube maravilhoso, pouco a pouco a gente vem conquistando algo bonito. Se Deus quiser, nessa temporada vamos conquistar algo melhor do que na última.

Diego Carlos vem se destacando pelo Sevilla — Foto: Getty Images

Diego Carlos vem se destacando pelo Sevilla — Foto: Getty Images

Já está definida a duração do novo contrato?
–Essa renovação está a caminho, já saiu, é algo que ainda tem que bater o martelo com o Monchi. Mas o importante é que tenho contrato longo com o Sevilla, não vai fazer diferença alguma, porque ainda falta muito tempo de contrato (julho de 2024).

Quais seus planos para o futuro no clube?
– Eu fico muito feliz por tudo o que venho conquistando no Sevilla, o clube vem crescendo cada vez mais. No primeiro ano tivemos oportunidade de classificar direto para a Liga dos Campeões, tivemos oportunidade de sermos campeões de novo da Liga Europa, e na segunda temporada a gente chegou até a brigar por títulos, infelizmente não conseguimos chegar mais longe e disputar final, mas foi uma temporada bonita. Classificar mais uma vez para a Liga dos Campeões é algo que o Sevilla vem buscando sempre, e fomos por dois anos consecutivos, acredito que isso é mérito de todos, jogadores, comissão e diretoria. Fico feliz de proporcionar isso ao clube. Nessa temporada, com o time mais experiente e preparado para a Liga dos Campeões, acredito que podemos fazer algo melhor do que na temporada passada.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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