Aposentado há quase quatro anos, Usain Bolt continua ligado aos Jogos Olímpicos e acompanha tudo de perto. Maior nome das provas de velocidade na história do atletismo, o jamaicano pretendia levar a primogênita Olympia Lightning Bolt para Tóquio, mas os planos foram adiados por conta da pandemia do novo coronavírus. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o velocista afirmou que “é melhor ter a Olimpíada sem torcida do que não ter Olimpíada”.
– Não vai ser a mesma coisa, mas vivemos momentos difíceis. É melhor ter a Olimpíada sem torcida do que não ter Olimpíada – disse o recordista mundial dos 100m e 200m ao jornalista Alex Sabino.
Bolt deve acompanhar os Jogos de Tóquio pela televisão. A experiência causa estranhamento, já que ele estava na pista nas três últimas edições: Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. O velocista encerrou a carreira em agosto de 2017, aos 30 anos, com oito ouros olímpicos no currículo.
– Vai ser uma experiência diferente, mas vou relaxar e aproveitar a competição.
Olhando de fora, o jamaicano aponta o americano Trayvon Bromell como um dos favoritos ao pódio nos 100m em Tóquio, mas sem quebra de recorde.
– Eu não gosto de colocar pressão em ninguém e há muitos bons velocistas correndo em 9.8 segundos neste ano. Mas Trayvon Bromell me pareceu estar bem ao vencer o campeonato americano algumas semanas atrás e ele tem o tempo mais rápido do mundo em 2021 – comentou Bolt, que é o recordista dos 100m com 9s58.
Após anunciar a aposentadoria, o jamaicano ainda se arriscou como jogador de futebol, mas a empreitada durou menos de um ano. Bolt chegou a treinar no Borussia Dortmund e passou por um período de testes no Central Coast Mariners, da Austrália. Hoje, o foco está no trabalho como embaixador de uma marca esportiva e na consolidação da sua fundação.
– Estava muito ocupado com meus patrocinadores e o trabalho da minha fundação [que doa computadores para crianças na Jamaica, entre outros projetos] antes da pandemia. As coisas ficaram mais lentas no ano passado por causa das restrições para viajar, mas agora estou ocupado de novo – contou.
Faltando apenas cinco dias para a abertura dos Jogos na capital japonesa, a nostalgia bate forte. Mas o homem raio, como ficou conhecido, confessou que nem tudo é saudade.
– Eu sinto falta de competir. Sempre gostei de entrar em um estádio cheio de fãs gritando e esperando uma grande corrida. Mas não sinto saudades de treinar.