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Demian Maia quer Nate Diaz ou Cerrone para se despedir do UFC: “Vontade de fazer mais uminha”

Demian Maia voltou a Las Vegas nesta última semana para uma função não inédita, mas diferente desta vez. Ele esteve no córner do meio-pesado brasileiro Danilo

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Redação Publicado em 28/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h06


Meio-médio brasileiro revela frustração com dinâmica da luta com Belal Muhammad, e quer Cerrone para tentar empatar recorde de vitórias, ou Nate Diaz num duelo que chamará a atenção

Demian Maia voltou a Las Vegas nesta última semana para uma função não inédita, mas diferente desta vez. Ele esteve no córner do meio-pesado brasileiro Danilo Marques, que acabou derrotado por Kennedy Nzechukwu com um nocaute no terceiro round. Não foi sua primeira vez ali, mas foi a estreia com um convite antecipado para estar junto com um companheiro de equipe. Nesta oportunidade, antes mesmo da luta do último sábado, o meio-médio (até 77kg) conversou com a reportagem do Combate e falou mais do desejo de voltar para fazer uma última luta no UFC.

Aos 43 anos, o lutador paulista não tem mais contrato em vigor com o UFC, vindo de derrota por pontos para Belal Muhammad no último dia 12. Com duas disputas de título na carreira, além de 28 vitórias e 11 derrotas, Demian ainda que uma “última dança”, e apontou dois nomes que estão na mira – se o UFC concordar.

– Estou feliz com tudo que passei, tive um carinho muito grande dos fãs, mas ao mesmo tempo fiz uma última luta em que meu adversário foi duríssimo, fez um jogo excelente, mas fez um jogo muito defensivo. É uma luta muito tática, interessante para quem gosta muito de luta, entende, mas para o grande público não foi aquela luta dos dois se matando. Não foi aquela luta que você diz: “é essa a luta com que quero encerrar minha carreira”. Tinha vontade de fazer mais uma com (Donald) Cerrone, até mandei mensagem para o Dana (White) falando isso. E, também, fui surpreendido: o Rafinha Bastos, um dos maiores stand up comedys do Brasil, me mandou mensagem quando eu estava no avião (voltando) para o Brasil. Ele dizia: “pô, Demian, faz essa luta”, e tinha um vídeo do Nate Diaz, dizendo que “gostaria de lutar com o Demian, respeito muito ele…”. Mandei para o Edu (Alonso, seu empresário) e falei que tinha interesse nessa luta. O Matt Brown falou também, mas não pensei muito nisso. Fico com vontade mais por isso, para terminar a carreira com uma luta mais empolgante.

Não à toa que os nomes de Cerrone e Nate Diaz estão na mira de Demian. Quanto ao primeiro, Demian teria a chance de empatar com ele como maior vencedor da história no UFC. Cerrone lidera a lista com 23 triunfos, e Demian aparece logo em seguida com 22 vitórias. Quando a Nate, seria um duelo que atrairia muitos holofotes e o americano é um representante do jiu-jítsu, apesar de gostar da trocação franca.

– O Cerrone pelo fato de ter uma vitória a mais que eu, e eu poderia empatar com ele. Seria um marketing interessante. E o Nate Diaz, que além de ser um grande atleta, é um cara que vende muito, que todo mundo quer ver lutar. Tem um poder de mídia muito grande. E ele gosta de vir sair na mão e lutar. Independentemente do resultado, seria uma grande luta.

Questionado sobre adversários que poderia querer encontrar novamente, o que não seria o caso de Cerrone e Nate, o brasileiro não só disse não ter ninguém em mente, como lembrou que jamais esteve duas vezes com o mesmo lutador num cage.

– O Maurício Shogun fez muitas revanches, a gente contou cinco ou seis revanches (numa conversa com seu empresário, o mesmo do curitibano). A gente contou Dan Henderson, Lyoto (Machida), a última com Paul Craig, mas tem mais um monte. Eu nunca fiz uma revanche de MMA na minha vida. Isso é interessante. Não sei se tenho interesse (numa revanche). Gostaria muito dessas duas que falei.

Demian Maia encerrou seu contrato com o UFC no último 12, quando perdeu para Belal Muhammad — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC

E se não vir uma “última dança”, Demian Maia pode vir a ser treinador. Ele garante que nada perto do que fazem alguns head coaches no MMA. Estar no córner de Danilo Marques parece ser mesmo algo bem pontual para o lutador.

– Adoro treinar as pessoas. Estou adorando vir aqui e ficar no corner dele, mas fazer como vejo o Parrumpinha fazer, como vejo o Rafael Cordeiro, caras que toda semana estão em córner, é um trabalho muito duro, muito cansativo. Estava conversando com o Parrumpinha na semana passada em Phoenix, e ele disse: “Demian, faz dez fins de semana que não vou para casa. Meus filhos daqui a pouco não vão lembrar de mim”. Isso porque ele mora na Flórida, imagina vir do Brasil. Seria legal, gostaria de ter alguns atletas, mas não para estar todo fim de semana. Acaba sendo muito cansativo. A fight week não é uma coisa relaxante, do tipo “vou passear, vou curtir”, ainda mais agora restrito com essa bolha. Vim aqui com uma mentalidade, não vim curtir, até porque não dá para sair do hotel. Vim pensando em fazer um trabalho bem feito com o Danilo.

Se não vai dedicar a vida pós-luta a ser treinador, ainda haverá espaços para Demian disputar algumas lutas, mas não no MMA. O UFC será sua última casa nas artes marciais mistas profissional. Mas a volta ao tatame está na cabeça.

– A Spyder, que é uma das minhas patrocinadoras, fala comigo faz alguns anos para lutar em Seul, na Coreia, um evento de jiu-jítsu com e sem quimono, e tenho muita vontade. Outra notícia também foi que recebi uma mensagem do Chael Sonnen. Eu não tinha o número dele salvo, e ele falou: “Demian, você tem interesse de lutar com Usman ou com Tony Ferguson? Eu já sabia que era jiu-jítsu sem quimono, não seria em MMA”, e aí perguntei quem estava falando, e ele respondeu: “Chael, the guy who destroyed you”, ou seja, “Chael, o cara que te destruiu”. Dei risada e agradeci a oferta. Ele disse que cuidaria bem de mim, agradeci e disse que colocaria o Edu em contato. Propostas têm bastante, de eventos no Brasil também, tenho vontade de fazer, mas tenho vontade de fazer mais uminha (no UFC). Se for uma luta grande dessas, Nate ou Cerrone, eu gostaria – concluiu.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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