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Daniel Torres descarta revanche e mira título dos leves do KSW em maio: “Quero fazer o meu nome”

Daniel Torres deseja colecionar cinturões. O agora campeão peso-pena do KSW, um dos maiores eventos europeus de MMA, não só discorda que o antigo detentor do

Daniel Torres
Daniel Torres

Redação Publicado em 05/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h51


Daniel Torres deseja colecionar cinturões. O agora campeão peso-pena do KSW, um dos maiores eventos europeus de MMA, não só discorda que o antigo detentor do título, o francês Salahdine Parnasse, mereça revanche, como busca alçar voos agora em outra categoria: o peso-leve. A previsão é de que em maio o potiguar retorne ao octógono para tentar conquistar o segundo cinturão da carreira.

– Se fosse comigo, eles não iriam me dar revanche de forma alguma, isso é um fato. Eu já pedi para lutar pelo cinturão dos 70kg e acredito que deve ser em maio. Conversei com Martin Lewandowski, meu patrão, sobre o cara ter se machucado nessa última luta e pela regra ele não voltar a treinar agora, acho que é um mês sem poder tomar pancada na cabeça e três sem lutar. Precisa de um tempo para se recuperar, ele não pode fazer a revanche agora e eu quero fazer meu nome – contou Torres, em entrevista ao Combate.com.

O nocaute precoce, ainda a 1m49s de luta, aconteceu a partir de um golpe inusitado. Parnasse tentou se impor, Torres foi contra-atacar com um gancho de direita e, quando o francês se abaixou, a parte inferior do bíceps do brasileiro o acertou na lateral da cabeça, fazendo com que o campeão caísse.

Minha mãe disse: ‘Vou assistir só a dois minutos. Você sabe que eu fico nervosa e não consigo assistir a tudo’. Quando acabou: ‘Daniel ganhou, ganhou! Disse que iria assistir a só um pouquinho da luta, assisti todinha’.

– Ele se abaixou para fazer o pêndulo e eu tinha metido um cruzado. Aí não deu tempo de ele se abaixar bem e pegou a parte de dentro do meu cotovelo no topo da cabeça dele. Acontece às vezes na luta de pegar várias vezes, mas de nocautear foi a primeira. Estava com a base bem firme no chão. Tem uma foto que pega o momento exato em que eu bati, estava muito agarrado ao chão na hora da batida, onde meu braço pegasse iria tocar de forma violenta – explica.

Para Daniel, levantaram muito o “hype” de seu adversário. Se para muitos, o brasileiro não era considerado favorito ou não esperavam, no mínimo, um confronto de igual para igual, o motivo está no mau acompanhamento da preparação dos atletas. Na opinião do brasileiro, o golpe que rendeu o bônus de “Nocaute da Noite” pode ser considerado incomum, mas não sorte.

– Quem estava comigo tinha certeza, e sempre me passava certeza, de que eu tinha preenchido todas as lacunas de treinamento para poder fazer uma luta como aquela. Pelo feedback da equipe, não havia dúvidas. Inclusive, se na melhor das hipóteses o cara estivesse muito bom, ele estaria igual a mim, não melhor. Acabou que no dia da luta eu realmente estava maior do que ele fisicamente, e também me senti mais rápido. Ele conseguiu ainda desferir alguns chutes, acho que dois ou três chutes, mas nem chegaram a encostar em mim. O único chute que eu dei acertou o plexo solar dele. Tive a sensação de que ele precisou de alguns segundos para respirar e poder voltar. Então, eu já estava na vantagem física no início da luta – afirma Daniel, que vem de um treinamento forte, praticamente emendando este camp ao do confronto de novembro.

“Naquela noite, poderia acontecer dez daquela mesma luta que o resultado seria igual. Com o Daniel que estava lá , o resultado não tinha como ser diferente.”

Luiz Barbosa, o mestre de toda vida, a esposa Jasminka e o ex-adversário que virou parceiro, Ahmed Vila, fazem parte das pessoas que acompanharam de perto a empreitada de Daniel. No córner, a voz que mais reverberava era justamente a de Jasminka. Mas as palavras não se tratavam apenas de incentivos, e sim comandos e conselhos bem embasados, já que ela é uma ex-lutadora.

– Consigo ouvir melhor do que no dia-a-dia, na luta eu consigo escutar e ver tudo. Se eu a escutasse tão bem como eu escuto lá dentro do córner, eu já seria campeão há muito tempo.

Ahmed, Klaus, Jasminka e Daniel prometeram ao mestre Luiz Barbosa que se conquistassem o cinturão, sambariam no octógono — Foto: Instagram/Star Fight

Ahmed, Klaus, Jasminka e Daniel prometeram ao mestre Luiz Barbosa que se conquistassem o cinturão, sambariam no octógono — Foto: Instagram/Star Fight

“Abram alas para um novo cantador. Deixem meu verso passar na avenida”. Esses foram os versos da música ‘Caboclo Sonhador’, um sucesso do cantor Fagner, que embalaram a caminhada do potiguar rumo à luta principal do KSW 58, no último sábado.

– Uma música do nordeste… me lembra uma parte mais dura da minha vida, que foi a do Brasil. Então, é para não me esquecer de quem eu sou.

Mesmo com muita saudade, Daniel ainda não tem data para visitar os familiares brasileiros. O lutador passará um mês estudando alemão para agilizar a documentação para a obtenção do seguro social na Áustria, país aonde vive, e na sequência entrará em camp novamente.

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Fonte: GE – Globo Esporte.
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