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Eliminatórias da Copa do Mundo 2026

Após derrota para Argentina em pleno Maracanã, Brasil tem ano de fracassos

O Brasil caiu para sexto lugar nas Eliminatórias e acumula três derrotas seguidas

O Brasil caiu para sexto lugar nas Eliminatórias e acumula três derrotas seguidas - Imagem: Reprodução/Instagram @nicolasotamendi30
O Brasil caiu para sexto lugar nas Eliminatórias e acumula três derrotas seguidas - Imagem: Reprodução/Instagram @nicolasotamendi30

Ana Rodrigues Publicado em 22/11/2023, às 07h59


Cair nas quartas de final da Copa do Mundo para a Croácia foi um dos maiores problemas da seleção brasileira, até o ano de 2023 chegar e trazer uma realidade ainda mais problemática.

O grupo viveu muitas incertezas sobre quem seria o técnico e passou por Ramon Menezes - que perdeu para duas seleções africanas (Marrocose Senegal) e só ganhou da Guiné. Já no segundo semestre, segundo o UOL, a seleção conclui 2023 de maneira conturbada sob o comando de Fernando Diniz.

Os jogadores reconhecem que esses elementos, quando somados, resultam na frustração atual e uma falta de perspectiva para o início de 2024 - já que a seleção só volta a se reunir em março para enfrentar a Inglaterra e a Espanha.

Os principais motivos citados para o "fracasso" canarinho é:

  • Indefinição sobre sucessão do treinador após a Copa 2022;
  • Renovação profunda no elenco;
  • Mudanças no sistema de jogo, com Diniz, mas sem tempo para treinar;
  • Falhas ofensivas e defensivas em jogos importantes.

O Brasil caiu para sexto lugar nas Eliminatórias e acumula três derrotas seguidas, onde, a falta de resultados sob o comando de Diniz que expõe a falta de eficácia do estilo de jogo dele, até o momento.

Tem coisas que a gente não controla. A gente entra em campo e tenta jogar. São ciclos que terminam. É o meu terceiro ciclo de Copa aqui. Acho que posso falar um pouco sobre isso. Esse está sendo bem diferente dos outros, óbvio. Um começo que foi meio turbulento, com contratação ou não de treinador, não é fácil. Muitos jogadores vindo pela primeira vez. Não é desculpa. Mas tantas modificações na seleção, pouco tempo de treinamento. Todo mundo vê a evolução da equipe. Mas quando a vitória não vem, fica mais difícil enaltecer a atuação da equipe", falou o atacante Gabriel Jesus.

O atual camisa 9 do Brasil, tem um papel fundamental pelo time e é parte relevante do retrato atual da seleção, sobretudo no ataque. O time não engrena ofensivamente, com exceção da goleada por 5 a 1, ainda na estreia de Diniz, sobre a frágil seleção da Bolívia. Depois, foi só perrengue.

E isso, se soma a instabilidade defensiva, com o Brasil perdendo aquela consistência dos tempos de Tite, em que tomar gol nas Eliminatórias era um fato raríssimo. Nos últimos quatro jogos, foram seis sofridos. Três com bolas cruzadas na área.

Falando em resultados, é ruim. Mas a gente sabe que podemos fazer muita coisa boa dentro da seleção. Vejo futuro. Sei o quanto o professor trabalha, é honesto, verdadeiro. Quero muito que a gente consiga esse resultado para ter essa tranquilidade. No futebol, resultados são importantes para avaliar o trabalho. Tivemos um ano pós-Copa ruim. Mas é uma mudança, adaptação. Muitas coisas aconteceram depois da Copa do Mundo. É o momento de encontrar soluções", disse o zagueiro Marquinhos.

O Brasil sofreu com a falta de liderança. Em alguns casos, pela renovação ampla no grupo e em outros por conta das lesões. Nos dois jogos mais recentes, não teve Neymar, Danilo e Casemiro. Para piorar, Vini Jr ainda se machucou ainda no primeiro tempo diante da Colômbia e foi cortado antes do jogo contra a Argentina.

A falta de resultado é consequência da falta de seguimento, da mudança de ciclo. Saiu o Tite, um momento de estabilidade que a gente tinha durante dois ciclos de Copa do Mundo. Quando a gente ganhava de todo mundo, se falava que a América do Sul não era parâmetro. A gente está vendo que é diferente. Na época que estava ganhando, mantivemos os pés no chão. Agora, perdendo, não vamos ver como terra arrasada. É um processo", avaliou Alisson.

Com os seis meses passados sob a batuta de Ramon Menezes, o Brasil ainda não trabalhou um modelo de jogo tão característico. Mas, Fernando Diniz traz uma assinatura muito pessoal, o que acaba virando um desafio para quem se reúne por 10 dias de forma tão espaçada, como nas Datas Fifa.

Antes de ter 55% de derrotas em 9 partidas no ano, como um todo, a seleção teve 57% em 1940. Há 83 anos, não perdia tanto quanto neste ano de dois técnicos interinos.

Mas os jogadores defendem o trabalho de Diniz, que é o "tampão" por um ano, somando até agora duas vitórias, um empate e três derrotas como retrospecto.

Está tudo sendo muito bem trabalhado. Temos tranquilidade extracampo. A gente pecou dentro de campo, detalhes mínimos de jogo que fazem a diferença no resultado. Contra o Uruguai, dois gols de lateral. Contra a Colômbia, estávamos em uma posição baixa e não tivemos agressividade. Contra a Argentina, campeã do mundo, conseguimos criar algumas coisas e com uma bola parada a gente pagou com o resultado", informou Marquinhos, que foi capitão nas últimas duas partidas.

O fato de Diniz só ter contrato até o início de julho e a CBF esperar Carlo Ancelotti a partir da Copa América deixa o futuro ainda mais incerto.

Pelas Eliminatórias, ele não tem mais jogos a fazer. Acabou pegando uma sequência dura e sucumbiu a pressão. Nos amistosos de 2024, a tarefa é ter um time mais eficaz. Até lá, o jeito vai ser olhar para a classificação e ver o Brasil em sexto nas Eliminatórias.

A gente sabe o que é o futebol, queremos ganhar, mas não aconteceu. Agora é trabalhar. Diniz tem total capacidade de fazer o time jogar. Na minha opinião, o time está jogando bem. Infelizmente, não estamos no melhor momento", completou Gabriel Jesus.
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